Joaquim Melo, do Banco Palmas, participa do Grandes Nomes desta quinta
Idealizador da primeira moeda social do Brasil, Joaquim é teólogo, educador e líder comunitário. Entrevista será transmitida nas redes sociais do O POVO às 11 horas e na rádio O POVO/CBN às 16 horasEnxergar a periferia com um olhar empreendedor e valorizar a capacidade criativa e produtiva dos bairros fora do eixo central da cidade. Foi com esse intuito que, em 1998, o recifense Joaquim Melo criou o Banco Palmas, primeiro banco comunitário social do Brasil, e a Palma, primeira moeda social do País. A iniciativa, que tem como intuito fazer girar a economia local e empoderar pequenos produtores, começou no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, e se tornou referência nacional.
Teólogo, educador popular e líder comunitário, Joaquim também é o atual presidente da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, que hoje conta com 150 bancos associados em 67 municípios. O empreendedor social é o quarto convidado do projeto Grandes Nomes - Edição 2022, e concederá entrevista nas redes sociais do O POVO nesta quinta-feira, 23, a partir das 11 horas. A conversa será reprisada às 16 horas na rádio O POVO/CBN.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O ativismo social de Melo começou ainda na adolescência, quando, aos 15 anos, militava pela libertação dos presos políticos da Ditadura Militar em Belém (PA), onde residia na época. A luta pela justiça e contra a pobreza veio como resultado de seu interesse pela teologia da libertação, corrente cristã que tem como foco a redução das desigualdades sociais.
Naquele momento, Joaquim sonhava em ordenar-se padre. Veio para Fortaleza para um trabalho social e estudou no Seminário da Prainha. No fim de 1984, chegou ao Conjunto Palmeiras e começou a auxiliar a população a se organizar social e politicamente. Mal sabia que, quase 40 anos depois, ainda residiria no bairro, consagrado como uma das grandes lideranças da região.
Segundo Joaquim, a grande mudança começou quando ele percebeu como os moradores do bairro eram inventivos, valentes e criativos. Uma pesquisa mostrou que, no entanto, tudo o que compravam na época vinha de outros bairros, de produtos a serviços. “Não tem bairro pobre, comunidade pobre. A gente se empobrece porque perde nossas poupanças locais. E como a gente fez a poupança local de um bairro? Criando uma moeda própria e uma linha de crédito para quem queria produzir no próprio bairro”, conta.
A partir da criação do banco e da moeda social, os moradores começaram a confeccionar roupas, material de limpeza, artesanato e muito mais, fortalecendo a economia local sem perder a identidade. “O Conjunto Palmeiras é um bairro que provou que, se você quiser salvar a economia global, tem que começar salvando a economia local”, ressalta, com orgulho. “É preciso olhar para a periferia com olhar empreendedor, porque lá mora gente com extraordinária capacidade produtiva e empreendedora. Comprar dessas pessoas, criar um ambiente de negócios favorável, porque o resto elas vão saber fazer”.
SERVIÇO
Projeto Grandes Nomes - Edição 2022
Grandes Nomes é uma série de entrevistas que O POVO realiza há 20 anos, com personalidades relevantes nas mais diversas áreas. Este ano, o Grandes Nomes é transmitido entre os dias 20 e 24 de junho, às 11h, nas redes sociais do O POVO, com reprise às 16h na Rádio O POVO/CBN. As entrevistas também estarão disponíveis no site do especial. Confira os participantes da edição 2022:
20/6 - Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua (SP)
21/6 - Karla Karenina, atriz
22/6 - Juca Kfouri, jornalista esportivo
23/6 - Joaquim Melo, empreendedor social e criador do Banco Palmas
24/6 - Geraldo Azevedo, cantor e compositor