A descarbonização na indústria como medida estratégica
ARTIGO: Daniella Pessoa é Gerente Corporativa de Estratégia Climática e Ambiental na M. Dias Branco, responsável pela estruturação das estratégias de mudanças climáticas, economia circular, biodiversidade e mudança de cultura da companhiaAntes de discutirmos a descarbonização e sua importância, é crucial compreender o significado deste termo. “Descarbonização” refere-se à redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e deve ser aplicada a todos os processos, abrangendo toda a cadeia de valor do negócio.
Estamos constantemente expostos a notícias sobre mudanças climáticas e seus impactos no meio ambiente e na sociedade. É importante que as empresas priorizem de forma estratégica o tema descarbonização nas operações para que possam implementar medidas concretas. Quando menciono implementação, refiro-me à execução do plano de transição para uma economia de baixo carbono. A busca por soluções para os desafios de cada negócio requer que esta agenda seja iniciada, para avançarmos no entendimento e na curva de mudança do modo de fazer e pensar. Esta é uma jornada que envolve transformação e tempo.
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É por isso que estamos aqui, discutindo o processo de descarbonização como uma medida crucial para integrar a agenda estratégica das empresas. Neste processo, é fundamental identificar as informações da cadeia de valor e quantificá-las por meio do Inventário de Gases de Efeito Estufa, levando em consideração não apenas as emissões diretas, mas também as indiretas. Isso envolve definir os passos necessários para essa jornada, que está intrinsecamente ligada ao progresso do negócio em termos de inovação, desenvolvimento e eficiência.
Empresas que analisam as emissões em várias etapas desta longa cadeia têm uma visão completa, desde o processo de concepção de seus insumos até a fase pós-consumo. Esta visão detalhada proporciona uma compreensão mais aprofundada dos riscos e oportunidades do negócio em face dos cenários futuros.
Estamos tratando de uma jornada que requer ações planejadas para o curto, médio e longo prazo. Muitas empresas estão avançando rapidamente, já alcançando resultados significativos nesta agenda de descarbonização. Isso é extremamente positivo, pois estamos lidando com uma agenda global e coletiva. Nesse contexto, é essencial que as empresas líderes orientem e apoiem as demais, criando um impacto global. Este é o objetivo que nunca deve ser esquecido, razão pela qual frequentemente menciono o termo “cadeia de valor” ao longo deste artigo. A estratégia de carbono implica o envolvimento, o desenvolvimento e o monitoramento contínuo do progresso de seus fornecedores.
Na agenda de descarbonização, estamos falando sobre a busca por modelos de fabricação de produtos e serviços mais sustentáveis. A transição para a eficiência energética é fundamental. Isso envolve não apenas a eletricidade, mas também os diversos tipos de combustíveis usados em todas as etapas de produção e distribuição de produtos. É essencial educar líderes e equipes sobre esses conceitos para aplicá-los em projetos de equipamentos, no desenvolvimento de produtos e nas aquisições. Uma visão sistêmica do impacto das decisões nos resultados da empresa é crucial para o progresso sustentável. Devemos demonstrar reduções nas emissões, mas também é vital garantir uma mudança no modelo de negócios para que, independentemente do produto, volume ou momento de produção, seja parte de um processo de baixo carbono.
Uma das empresas que podemos mencionar é a M. Dias Branco, em que atuo como responsável pela área de Estratégia Climática e Ambiental. A empresa possui o tema “mudanças climáticas” como prioritário em sua Agenda Estratégica de Sustentabilidade, intitulada “Nossos Compromissos 2030”. Sua jornada de descarbonização iniciou com um mergulho na cadeia de valor para entender todo o escopo e metodologia do GHG Protocol. A partir deste entendimento, iniciamos, junto com um Grupo de Trabalho, a construção da Jornada de Descarbonização para a redução das emissões de gases de efeito estufa.