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Mercado Tech: além do que se vê

O mercado de trabalho da tecnologia é promissor e abrange oportunidades além da "tecnologia pura". As soft skills são consideradas definidoras de um desempenho promissor na área

As mudanças tecnológicas têm o poder de trazer um gosto de futuro para o presente. O mercado de trabalho da tecnologia, que faz esse mundo girar e as inovações se desenvolverem, é mais diverso do que podemos imaginar. Novas competências fazem diferença para os profissionais da área, ainda considerada fortemente promissora e que abrange oportunidades além do que é considerado “tecnologia pura”.

Na análise de Arthur Frota, CEO e fundador da TALLOS, desenvolvedora da RD Station Conversas, esse é um mercado “em forte crescimento e a tendência é que cresça mais ainda”. O processo de digitalização dos negócios, para ele, “é um caminho sem volta”.

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“Quanto mais a empresa se digitalizar, mais ela vai precisar consumir essas tecnologias. Hoje, é incomum ver uma empresa que não precise de tecnologias para poder desenvolver seus negócios”, relaciona.

Haroldo Menezes, CEO na HMIT Tecnologia, afirma que é preciso ter em mente que essa “é uma área regulada pelo mercado, as leis de oferta e demanda são vigentes”. “Diversos picos de demanda de mão-de-obra surgem e passam, mas a demanda continua sendo crescente. A recente adaptação ao trabalho remoto gerou um pico de demanda, mas voltará ao normal”, contextualiza, citando o “bug do milênio”, no
final da década de 90.

A área é muito ampla e abrange profissionais como “analistas de sistemas, de requisitos ou funcionais, desenvolvedores em tecnologias específicas, designers (User experience), infraestrutura, segurança, além de áreas de pesquisa que mais recentemente entraram no mercado”, explica Haroldo.

Ele explica que cada área de atuação demanda conhecimentos específicos. Por vezes, podem demandar conhecimento do negócio. “Desenvolvedores que atuam em sistemas financeiros deveriam ter, no mínimo, conhecimento de contabilidade e matemática financeira, sob pena de não saber o que estão implementando”, exemplifica o CEO na HMIT Tecnologia.

“Acredito que ciência da computação, análise de sistema, áreas mais técnicas e na área mais de negócio, administração, engenharia de produção, direito também, são áreas que a gente absorve muito e observa bons talentos vindo dessas áreas”, avalia Arthur Frota.

Skills: do essencial ao diferencial

A depender da área em que o profissional atua, ou deseja atuar, competências diferenciais podem definir a conquista de vagas específicas no mercado e garantem um bom desempenho. Algumas delas são habilidades de comunicação, dinamismo, liderança, negociação, adaptação e atuação em equipe.

O engenheiro civil Ricardo Liebmann, presidente do Instituto Iracema Digital, diretor e sócio da Secrel Consultoria e Sistemas Ltda, avalia que “as soft skills serão mais importantes ainda porque as hard skills são mais fáceis de serem automatizadas”.

“As soft skills são fundamentais para que os profissionais entreguem valor para as empresas. Logo, para sua empregabilidade, pois cada vez mais é preciso ter uma visão do todo, perceber as mudanças que ocorrem cada vez mais rapidamente e se trabalhar usando os talentos em grupo”, relaciona.

Mudança de paradigma à vista 

O que deve mudar o paradigma nos próximos anos, sobretudo no mercado da tecnologia é a Inteligência Artificial generativa. Mauro Oliveira, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e criador do projeto de responsabilidade social Pirambu Digital, detalha que a IA generativa é uma quebra de paradigma e deve impactar de forma violenta o mercado, principalmente na área de programação.

Ela está “na base do ChatGPT e outras linguagens, as LLM, chamadas Large Language Model, vai proporcionar”. Com isso, “a engenharia de prompts vai bombar”. “É quem vai falar com as novas tecnologias e dizer para elas o que é que se quer. É a grande área em que vai faltar gente”, prospecta.

Liebmann corrobora que a “a engenharia de prompts é a grande oportunidade temporária, talvez, onde os talentos humanos em programação e análise de sistemas serão absorvidos”. “Mas uma sociedade altamente intensiva no uso de tecnologia da informação gera muitos empregos no uso, na instalação, comercialização de equipamentos, de sistemas, formação de pessoas, manutenção”, acrescenta.

Na compreensão dele, “a IA Generativa vai evoluir num nível em que vai substituir empregos humanos até nos trabalhos mais ligados às artes e a atividades mais criativas e intelectualizadas”.

“Estamos num momento de transformação acelerada e não sabemos ainda como lidar com esta evolução tecnológica. Temos, como humanidade, sérios problemas a enfrentar no campo do meio ambiente, do emprego, da pobreza, da bipolaridade política exacerbada”, contextualiza Ricardo Liebmann.

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