Castanha-de-caju é opção de alimentação saudável e completa

O aumento da procura por dietas à base de produtos naturais vem transformando a castanha-de-caju brasileira em produto desejado nacional e internacionalmente. O Ceará é o maior produtor hoje no Brasil

07:00 | Jul. 20, 2018

Em 2020, o Ceará respondeu por 61,2% da produção nacional de castanha de Caju (foto: divulgação)

[FOTO1] A castanha-de-caju é originária da flora brasileira, que chegou à Ásia e à África graças às caravelas portuguesas. No Ceará e em outros estados do Nordeste o cultivo reúne condições ideais, o que transformou a região em um dos maiores produtores internacionais da amêndoa. O Ceará ocupa hoje o posto de maior produtor e processador do insumo no Brasil, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As propriedades nutritivas do fruto há muito são conhecidas, no entanto, nos últimos anos, observa-se uma maior popularidade da commodite no mundo, em especial para realização de dietas baseadas em produtos naturais.

 

A engenheira de alimentos Gabriela Carvalho explica que apesar de calórica a amêndoa do caju pode contribuir com a redução do peso. A porção diária de consumo recomendada é de 20 a 30 gramas. “A castanha-de-caju, de fato, é rica em gordura, mas da chamada ‘gordura boa’, ou seja, as monoinsaturadas. Essas gorduras ajudam a equilibrar o nível de insulina liberada pelo pâncreas e são capazes de converter o estoque de gordura corporal em energia, sem resultar em acúmulo de adiposidade. O alimento possui ainda grande quantidade de fibras e proteínas que, além de ajudar no bom funcionamento do intestino e, consequentemente, no processo de emagrecimento, promove saciedade.”

Além de contribuir com a redução de medidas, a presença de gorduras monoinsaturadas exerce um papel positivo no combate a doenças cardiovasculares, revelou um relatório publicado pela American College of Cardiology. “Comer cinco porções semanais de nozes, amendoins e outros tipos de sementes foi vinculado a um risco 14% menor de se desenvolver doenças cardiovasculares e 20% menor de se apresentar complicações fatais atribuídas ao endurecimento das artérias. Outros estudos descobriram que as gorduras monoinsaturadas reduzem o colesterol LDL e também aumentam o ‘bom’ colesterol HDL”, complementa Gabriela.

Outro importante benefício seria a presença de substâncias antioxidantes, “que evitam a formação de radicais livres no organismo, ajudando no combate ao envelhecimento celular e aparecimento de doenças como câncer. Os antioxidantes, portanto, combatem o envelhecimento precoce e ajudam a prevenir doenças”, defende a engenheira de alimentos.

Desejo no mercado internacional

A castanha-de-caju é um dos principais produtos vendidos pelo Ceará para o exterior, também por seu valor nutritivo. O fruto já foi até mesmo líder no ranking de exportação do Estado. A multinacional Usibras possui unidades produtoras em três países, e exporta para mais de 50 em todos os continentes. “O principal país para o qual a Usibras exporta são os Estados Unidos, onde possuímos uma unidade de beneficiamento em New Jersey, sendo responsável também pelo abastecimento do mercado canadense. Também possuímos fábrica de beneficiamento em Gana, África, visando abastecer principalmente o mercado europeu e oriente médio”, destaca Cinthya Assis, diretora comercial da Usibrás.

Em 2019 o Grupo completará 40 anos de existência. “Pretendemos dar continuidade aos investimentos, com foco nas ampliações das estruturas fabris nacionais, em Mossoró [RN] e Aquiraz [CE], e internacionais, Estados Unidos e África”, revela a profissional.


Saiba os benefícios dos componentes da castanha-de-caju

Cobre e flavonoides: ajudam a combater radicais livres, além de serem excelentes fontes de fitoquímicos e antioxidantes;

Fósforo: ajuda a prevenir a osteoporose, e atua na formação de dentes e ossos;

Magnésio: protege o coração do estresse muscular, além de colaborar para o controle da pressão arterial;

Manganês: colabora no combate a processos anti-inflamatórios, especialmente benéfico em casos de artrite, entorses e regulação do ciclo menstrual;

Potássio: essencial para equilibrar o ritmo dos batimentos cardíacos;

Ferro: ajuda na eliminação de radicais livres e é importante para combater anemias e outras doenças;

Zinco: é um cofator para muitas enzimas que regulam o crescimento e desenvolvimento, a função gonadal, a digestão, e ADN – ácido desoxirribonucleico.

Fonte: Gabriela Carvalho