Fertilização in vitro dá esperanças para quem não consegue engravidar

Com chances de sucesso que podem superar os 60%, a fertilização in vitro é uma opção para os casais com dificuldades de engravidar

13:05 | Mai. 09, 2017

Fertilização in vitro oferece grandes chances de sucesso (Foto: Syda Productions/Shutterstock) (foto: )

[FOTO1]

A fertilização in vitro (FIV) é um método de reprodução assistida por meio do qual milhares de bebês nascem por ano. O primeiro “bebê de proveta”, como eram chamadas as crianças fecundadas por meio desta técnica, nasceu em 1978, na Inglaterra. De lá para cá, a procura pelo procedimento é cada vez maior. A alternativa é indicada para casais que, por diferentes motivos, têm dificuldade para engravidar naturalmente e oferece chances de sucesso de até 60% a 70% por tentativa, variando de caso para caso.  Problemas ou ligadura nas trompas de falópio e endometriose estão entre os obstáculos que algumas mulheres podem enfrentar para conceber uma criança. Já no homem, uma baixa contagem de espermatozoides ou uma vasectomia podem ser empecilhos.

A FIV consiste na retirada dos óvulos da mulher, seguida pela fertilização em laboratório com o sêmen do futuro pai. Depois de um período que pode variar de dois a cinco dias, os embriões resultantes do procedimento são implantados no útero da paciente. Segundo o médico Fábio Eugênio, especialista em reprodução humana, o procedimento é um tratamento eficaz para todos os casos de subfertilidade. "[A FIV] é geralmente usada em casais que não conseguiram engravidar após um ano de tentativas, e que não tiveram sucesso com tratamentos mais simples”, explica.

O médico afirma que, atualmente, a fertilização in vitro é feita a partir da técnica de ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozóides), por meio da qual o sêmen é processado em laboratório e, com a ajuda de um microscópio, são escolhidos os melhores espermatozóides a serem injetados nos óvulos por uma agulha. No dia seguinte, é feita a análise do óvulo para avaliar a fecundação.

Chances de sucesso

O sucesso do procedimento varia de acordo com a idade da mulher e a qualidade dos embriões implantados. A FIV é o método de reprodução assistida que apresenta maiores chances de gravidez. “Sendo os embriões de boa qualidade, as chances de sucesso por tentativa podem chegar a 60% a 70%, em mulheres até 30 anos; 50% a 60%, por volta dos 35 anos; e cerca de 40 a 50%, para pacientes em torno dos 40 anos. Após os 40 anos, as chances de sucesso se reduzem”, destaca Eugênio.

A quantidade de embriões a serem implantados a cada tentativa de fertilização in vitro também depende da idade da futura mãe. O Conselho Federal de Medicina determina que em mulheres de até 35 anos apenas dois embriões podem ser transferidos; de 36 a 40 anos, o número máximo é de três embriões; e a partir dos 41 anos, até quatro embriões podem ser implantados.

Preparação

Antes do procedimento de FIV, o casal deve se submeter aos exames preparatórios. Para a mulher, são solicitados exames sanguíneos hormonais e de sorologias (doenças transmissíveis) e a avaliação de reserva ovariana por meio do ultrassom transvaginal. No homem, o espermograma (análise seminal) e os exames sanguíneos de sorologias (doenças transmissíveis) são os testes requisitados.

O médico explica que, para o casal que se prepara para uma gravidez, seja natural ou decorrente de um processo de reprodução assistida, é muito importante também adotar um estilo de vida saudável. “Principalmente evitar por completo o cigarro; reduzir ingestão de bebidas alcoólicas e cafeína; reduzir consumo de alimentos industrializados, processados e gorduras saturadas; aumentar ingestão de frutas, verduras, legumes, hortaliças, fibras e carnes magras; e praticar regularmente atividade física de leve a moderada intensidade”, recomenda.

Todo o processo da fertilização in vitro dura cerca de 15 dias, entre a estimulação ovariana — que objetiva o amadurecimento de vários óvulos ao mesmo tempo — a e a implantação embrionária. A partir da implantação, o casal deve aguardar pelo menos 12 dias para a realização do exame beta-HCG para confirmar a gravidez.

Quanto aos possíveis efeitos colaterais dos remédios para estimulação ovariana, Eugênio explica que “é comum que haja discreta sensação de inchaço e desconforto pélvico muito leve, mas que regride completamente após a aspiração dos óvulos. Esta estimulação dura cerca de dez dias, e os hormônios utilizados têm meia-vida curta, sendo logo são eliminados do corpo feminino.”