Tosse é um sintoma que não deve ser ignorado

Médicos alertam que o quadro é um aviso do corpo de que algo não está correto e é preciso ficar alerta, já que as causas podem ser diversas

08:00 | Ago. 17, 2017

Ao tossir, não devemos colocar a mão na boca (foto: Banco de dados O POVO)

[FOTO1]

Desde uma leve gripe, passando por um problema respiratório como asma, pneumonia ou processo alérgico, até refluxo e efeitos colaterais a medicamentos, a tosse é um quadro que pode ter diversas causas. As citadas são apenas algumas da extensa lista de agentes causadores da tosse. Seja ela acompanhada de secreção ou seca, é importante que o paciente fique atento. "A tosse é um sintoma que conta que algo não está ocorrendo bem com o nosso organismo, principalmente na parte respiratória", afirma o otorrino Eduardo Yunes, do Hapvida Saúde.

Para ele, a primeira atitude do paciente deve ser evitar a automedicação. "Se começar a tossir, é importante identificar o que está acontecendo. Se for um quadro que esteja incomodando muito, que não dá para esperar pelo atendimento médico habitual, é importante procurar a emergência", completa.

Na emergência, um clínico geral ou um pediatra (em casos de tosses em crianças) podem fazer esse primeiro atendimento. Após o alívio do incômodo, três especialidades podem fazer o acompanhamento do caso e identificar a causa da tosse: otorrinolaringologista, pneumologista ou alergologista.

Causas

Desde criança, a assistente pedagógica Bárbara Guerra, 27, convive com tosses alérgicas que, por volta dos 14 anos, percebeu piorar em épocas de fortes ventos na Cidade. "Final de agosto, começo de setembro, quando começa a ventar, já entope o nariz e preciso respirar mais pela boca. Aí começa a tosse. Até meus olhos ficam irritados, é horrível", conta.

[FOTO2]

Em Fortaleza, na época dos ventos fortes (nos meses de agosto, setembro e outubro) é percebido o aumento dos casos de tosses. Para Yunes, o evento tem relação. “Essa época do ano, em que temos mais ventos, tende a gerar uma tosse mais específica relacionada à parte alérgica. Isso porque os ventos trazem mais poeira. É comum que as pessoas sintam a garganta raspando mais, coçando, irritando, tendo mais pigarro”, afirma.

Segundo o otorrino, alguns fatores que podem provocar a tosse são: processo alérgico, refluxo (principalmente a tosse seca noturna), asma, bronquite, processo de faringite alérgica, processo infeccioso como pneumonia, sinusite, doenças que precisam de antibiótico e que podem complicar se não forem tratadas corretamente.

Acompanhamento médico

Se as idas ao otorrino já eram algo constante nos cuidados de Bárbara com as tosses, um susto no ano passado fez das consultas periódicas algo ainda mais indispensável. "Na última vez, a tosse alérgica abriu espaço para uma bactéria oportunista na minha laringe", relata. Como a bactéria foi atípica, ou seja, não demonstrou sintomas de quadro bacteriano, a assistente pedagógica seguiu tratando como tosse alérgica. "Eu tossia tanto que perdia o fôlego."

Com a piora do quadro, ela voltou ao otorrino e precisou fazer tratamento à base de antibióticos. "Graças a Deus, fiquei boa antes de atingir os pulmões, onde poderia virar uma pneumonia mesmo", relembra. Atualmente, além das consultas, Bárbara faz um tratamento de medicina preventiva com acompanhamento médico, já para evitar maiores ocorrências. "Devido à reincidência de problemas assim, este ano estou utilizando medicina preventiva."

Para evitar a piora dos sintomas, Yunes destaca que é importante se manter longe dos agentes causadores da tosse. “Evite contato com poeira, mudança bruscas de temperatura, cheiros fortes como cloro, produtos de limpeza e perfume, além da fumaça de cigarro.” Ele alerta que crianças e pessoas com mais de 70 anos tendem a sofrer mais com os sintomas.

O médico reforça, ainda, que, ao perceber que os sintomas estão persistentes, é de extrema importância que o paciente procure o médico, uma vez que a tosse pode ser causada por diversos fatores. “Por mais simples que seja, mesmo que não esteja incomodando tanto, a tosse pode ser o indício de que algo mais sério está por vir e, quanto mais cedo tratado, maiores são as chances de cura”, completa.