Maciço de Baturité: um Ceará de café, natureza e clima ameno
O Ceará da serra e do cultivo do café se mantém vivo. A região do Maciço de Baturité oferece trilhas e cachoeiras, além de ricas experiências na Rota Verde do Café
06:00 | Dez. 05, 2024
O clima ameno da serra, natureza, gastronomia e museus. E café! A região do Maciço de Baturité oferece tranquilidade em boas estadias aliada a aventura que trilhas e cachoeiras podem proporcionar, além de muita história.
Localizada no sertão central cearense, a região é composta por 13 municípios: Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Capistrano, Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.
Na região, é localizada a mais extensa Área de Proteção Ambiental (APA) do Estado, abrangendo 32.690 hectares, remanescente da Mata Atlântica. Nestes locais, é possível realizar passeios e trilhas, além de curtir as famosas cachoeiras da região.
Franzé Leal, secretário de turismo de Guaramiranga, destaca que as grandes atrações da região são o clima, a floresta preservada, a biodiversidade, a gastronomia, além do povo acolhedor e hospitaleiro. “Guaramiranga é o município indutor do turismo na região e está integralmente inserido na Área de Proteção Ambiental do Maciço de Baturité, a primeira APA criada no Ceará . Esta área preservada atrai visitantes pelo clima, abundância de água e biodiversidade”, elenca.
Segundo ele, a produção rural, especialmente o “café de sombra” – cultivado literalmente à sombra da mata – atrai turistas interessados em experiências voltadas a esta cultura. “Os equipamentos que produzem café recebem visitantes para vivenciar e conhecer mais de perto a cultura da produção cafeeira e saborear o café produzido na região, com plantio ecológico, colheita seletiva e secagem suspensa, o que torna o café da região único e especial”, detalha.
A Rota Verde do Café contempla os municípios de Baturité, Mulungu, Guaramiranga e Pacoti. Baturité chegou a deter 2% da produção nacional de café em meados do século XIX. De 1822 — quando iniciou a presença do café na região — para cá, muita coisa mudou, mas o café continua um protagonista.
Conforme o secretário, a Rota atrai um público com interesse em produção ecológica, cultura, experiências junto a natureza e turismo pedagógico. A presença do café na Serra de Baturité se mantém viva na história dos antigos cafeicultores, movimentando o turismo e
Mônica Farias, uma das proprietárias do Sítio São Roque, que integra a Rota Verde do Café, conta que muitos turistas não sabem que o Ceará já foi um grande produtor de café. “Eles ficam encantados em saber todo o processo de produção que a gente tem, a qualidade do nosso café. Ele é um grande estimulador para economia, foi para economia local e agora para a atração turística”, compartilha.
Na região, os visitantes podem conhecer a cultura, a história, a religiosidade, como no Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité e nas igrejas, as belezas naturais, como as cachoeiras, a gastronomia. “Ele pode apreciar os resquícios da Mata Atlântica que nós temos e que hoje em dia esse bioma está praticamente em extinção. Além de negócios que ele pode usufruir, como restaurantes, hotéis, parques de aventura, como o Parque das Trilhas, em Guaramiranga”, enumera.
Segundo Mônica, a rota permite ao turista conhecer a realidade “de um Ceará próspero, de um Ceará verde, de um Ceará que já foi economicamente voltado para o café, que está se revitalizando”. “Nós estamos revitalizando o café e isso faz com que as pessoas conheçam um outro lado do nosso estado. O estado que é conhecido só por praia, só por sertão. Ele passa a conhecer o lado da serra, da produção agrícola, das outras belezas naturais”, acrescenta.