Outubro Rosa. Chefe de produção da Del Rio fala sobre superação do câncer de mama

Funcionária da Del Rio lembra como foi a superação do câncer de mama, com apoio da família e colegas de trabalho. Durante tratamento, chefe de produção até compôs músicas

11:30 | Out. 18, 2017

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Aos 70 anos, dos quais 49 foram dedicados ao trabalho em uma única empresa, Aldenora da Silva Soares mantém-se na ativa. A vontade de viver é renovada neste Outubro Rosa, que desde a superação do câncer de mama ganha contornos especiais. "Afirmo para todo mundo: o câncer não é a pior coisa do mundo. É muito ruim, mas a gente pode superar", diz a funcionária da Del Rio, que hoje é chefe de produção da fábrica no bairro Serrinha, em Fortaleza. 

A Del Rio realiza, em todo o mês de outubro, campanha em prol da prevenção do câncer de mama. Além das redes sociais e site ficarem com layout rosa, a marca mobiliza a conscientização das mulheres por meio da hashtag #umtoquederosa.

Aldenora descobriu a doença no final de 2011, quando foi a uma consulta de rotina. Ela lembra que, sozinha, sentiu o caroço quase do tamanho de um limão. "Apesar de todo ano fazer a mamografia, foi preocupante. Foi só correria para resolver o mais rápido possível, fazer a biópsia e a quimioterapia".

O resultado da biópsia ainda demoraria 30 dias para ser divulgado. "Eu deixei para família saber só no dia 2 de janeiro. Eu tive facilidade porque tinha plano de saúde e fiz logo a cirurgia em fevereiro de 2012. É uma doença que acaba com todos os sentimentos da pessoa sobre sobreviver. Vêm muitas interrogações, tipo, por que isso aconteceu comigo, uma pessoa dinâmica, trabalhadora, de saúde boa?", lembra.

Depois da cirurgia, Aldenora iniciaria oito meses de sessões de quimioterapia, ocorridas sempre às quintas-feiras. Apesar do cansaço, ela fazia questão de ir ao trabalho no dia seguinte para manter a rotina.

"Tive apoio muito grande da família, da empresa, dos meus amigos. A gente fica muito sensível, vulnerável, mas 'tirei' de boa mesmo, sabe?”, conta. Os 22 dias de recuperação após a cirurgia, ela enfatiza, foram os únicos em que quis ficar afastada do trabalho. Nesse período, até compôs músicas. "A gente faz mil e uma perguntas até conseguir uma resposta. Por que não eu? Tinha que ser com alguém, e por acaso foi comigo!". Mãe de dois filhos, Aldenora teve também ajuda familiar extra no tratamento: sua irmã mudou-se para sua casa e permaneceu um ano ajudando-a no tratamento do câncer de mama.

Renovação

A queda de cabelo, um dos sintomas mais conhecidos do tratamento, foi o momento em que Aldenora mais se lembra de ter fraquejado. "Já tinham avisado que o cabelo ia cair, mas, quando passei o xampu e ele veio quase todo, chorei. Aí, meu filho, minha irmã e minha filha terminaram de aparar bem curtinho. Até a sobrancelha cai. Você se sente feia. Comprei peruca, turbantes que enfeitassem". Segundo Aldenora, o momento de dor também serviu para que ela mudasse a maneira de viver hoje. "Fiz umas três músicas. Nunca estamos preparados. Então, muda muito esse lado de compreender o outro. Somos habitantes da vida, temos que zelar pela nossa vida", ensina.

Conscientização

Em outubro, Aldenora renova, junto às colegas, a importância da prevenção do câncer. "A propaganda está aí a todo instante. Para quem descobriu a doença, eu digo para encará-la de frente. Não é para aceitar dizendo que está doente, mas aceitar para tratar. Uma comparação que gosto de fazer é com a gravidez, porque quando a gente está grávida todo mundo nos olha e paparica. O câncer foi uma terceira gestação, só que o filho que tive foi a vida que renovei", frisa.

No dia 21 de outubro, a Del Rio realizará evento para cerca de 3 mil funcionários e colaboradores. Com parceria do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos, o evento terá palestra de prevenção da doença e atividades como corte de cabelo destinado à doação para instituições, além do “Dia da Beleza”, com a colaboração da Embelleze e da Mary Kay.