CREF5-CE critica abertura das academias apenas na quarta fase do plano de retomada
Por meio da atuação de sua comissão temporária, o CREF5-CE conseguiu que a retomada de treinos individuais, já na fase de transição, mas contesta abertura das academias apenas na quarta fase no plano de abertura do Estado
01:44 | Mai. 30, 2020
Na última quinta-feira, dia 28 de maio, o governador do Ceará, Camilo Santana, apresentou o “plano responsável de abertura das atividades econômicas e comportamentais” do Ceará, em virtude da pandemia da Covid-19. Dentre as medidas, o chefe do executivo estadual anunciou que, a partir do próximo dia 1º de junho, inicia a chamada fase de transição, em que treinos de esportes individuais estão autorizados e previstos no tópico do Esporte, Cultura e Lazer. Porém, apesar da conquista, o Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (CREF5-CE) contesta o fato de as academias e clubes estarem com previsão de abertura listada apenas para a quarta fase do plano, apenas em meados de julho.
“Neste início nem estava sendo pensado o retorno da prática da atividade física, mesmo de forma individualizada. Por meio das reuniões e articulações com o secretário da Regional II de Fortaleza, Ferruccio Feitosa, o secretário de Esporte e Juventude do Estado, Rogério Nogueira Pinheiro, e com o vereador Benigno Junior essa conquista foi possível”, ressalta o presidente do CREF5-CE, Jorge Henrique Monteiro. Como o documento não detalha o que considera por treinos individuais e nem onde podem ser realizados, o CREF5 esclarece que são aqueles treinos em que não há interação com o oponente. Ou seja, a ação do praticante não é condicionada à ação de um outro. Portanto, o CREF5-CE entende que natação, musculação, atletismo, treinamento funcional, ciclismo, corrida, entre outras modalidades, estão aptas a serem realizadas, em locais públicos e privados, desde que de forma individualizada, exceto nas dependências de academias e clubes e com a orientação de um profissional, como personal trainer e professores habilitados. Isto é, só não pode retornar no momento esportes e exercícios coletivos.
No que se refere à quarta fase, em que estão previstas o retorno de academias e clubes, a vice - presidente do CREF5, Andrea Benevides, faz críticas à elaboração do plano divulgado para a retomada. Afinal, desde o início da pandemia, foi formada uma Comissão Temporária de Enfrentamento de Situação Emergencial. Composta também por entidades como a Associação Cearense de Personal Trainers (ACEPT), do Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (SINDFIT), da Associação das Assessorias Esportivas do Ceará (AAEF-CE) e da Associação dos Profissionais de Educação Física do Estado do Ceará (APEFICE), a comissão realizava, com frequência, reuniões virtuais com representantes dos poderes municipal e estadual. Como resultado, um documento foi entregue pelo CREF5 para assessorar o chefe do Executivo no estabelecimento de políticas e diretrizes específicas da área, propondo a edição de normativas, a celebração de acordos ou a promoção de reformas estruturais que impactem no restabelecimento do ritmo de crescimento deste setor cearense, anterior ao período da pandemia. Conforme o documento elaborado pelo CREF5, a sugestão era de que as atividades ao ar livre, a exemplo das com atuação do personal trainer e assessorias esportivas, estivessem presentes na primeira fase e as atividades nas academias e clubes constassem na segunda fase da abertura. Porém, como considera Andrea, o plano de abertura, divulgado nesta quinta, não levou em consideração as necessidades dos profissionais, diante da pandemia, e nem a saúde da sociedade.
“O documento estadual foi evasivo e não contemplou tudo que apresentamos e levamos ao Grupo de Trabalho do Governo do Estado. Foram muitos estudos e argumentos que comprovavam a importância da liberação urgente de espaços para prática da atividade física. Isso do ponto de vista da saúde da sociedade, já que a prática regular do exercício físico contribui para reduzir as internações e as mortes prematuras por doenças não transmissíveis, além de melhorar o sistema imunológico e promover benefícios na promoção da saúde mental, diminuindo a demanda do sistema de saúde e as dificuldades durante a pandemia do novo coronavírus. Além do ponto de vista econômico, uma vez que o Ceará é o segundo estado do Nordeste em número de academias, com um total de 1.788 estabelecimentos e 13.92 0 profissionais registrados no CREF5-CE. O fechamento desses estabelecimentos por mais tempo traz grandes impactos para o mercado, para os profissionais e para a sociedade. No documento que apresentamos, listamos como a atuação do profissional, seja em ambientes públicos ou privados, poderia acontecer de forma segura, respeitando todas as orientações de higiene e proteção dos praticantes e profissionais”, contesta a vice-presidente do CREF5.