Carneiro do Ordones

Carneiro do Ordones O Original e Butiquim: conheça a história da marca

O Carneiro do Ordones O Original e Butiquim foram fundados por Irismar, mãe do Ordones, o Doninho, que ao nascer mudou os rumos da vida da comerciante que já morava na Azevedo Bolão. Confira o caderno especial sobre restaurante

Em 1988 Irismar Furtado deu a luz ao quarto filho: o Doninho. Esse é o apelido carinhoso de Ordones Filho. Nos primeiros anos de vida, ele recebeu o diagnóstico de autismo. “Ele é a luz da minha vida”, ela se emociona ao contar. É assim que começa a história do Carneiro do Ordones.

Na década de 80, Irismar já morava na rua Azevedo Bolão, na garagem da sua casa comandava o Mercadinho Estrela e era funcionária da rede municipal de ensino. Mas a renda para o tratamento do filho seria insuficiente e o tempo comprometido. Pediu exoneração do Estado, a mercearia virou bar e ela passou a vender confecção. “Eu tinha que cuidar do meu filho”. 

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Foi em 93 que tudo mudou. Em uma das vezes que o pai de Irismar, Seu Chaguinha, trouxe um carneiro de Reriutaba, cidade natal dela. “Os clientes que estavam bebendo cerveja na calçada da mercearia pediram um tira-gosto. Eu disse: só se eu servir o almoço dos meus filhos”. Então chegou à mesa uma porção de “carneiro torradinho da frigideira e o baião bem melado, com queijo”. O boca a boca espalhou onde comer o melhor carneiro e baião de dois de Fortaleza.

A cozinha da família de Irismar virou point. “Em 95 a rua era lotada de mesas. Os homens pediam carneiro e as mulheres espetinho de alcatra. Meu pai trazia o carneiro de Reriutaba, mas as mulheres discriminavam. Eu tinha para servir batata frita, arroz, farofa, vinagrete, as duas opções de carne e o magnífico baião, que foi Deus que me deu essa receita”, lembra.

Com o sucesso, a casa toda virou restaurante e Irismar construiu uma casa em cima para morar. Em 1997 foi necessário mudar o registro da atividade da mercearia para restaurante, foi então que ela fez a homenagem ao filho caçula e registrou a marca Carneiro do Ordones. O pai de Irismar orgulhou-se e passou a casa para o nome da filha.

Até o ano 2000, Irismar ainda conciliava o comando do Carneiro do Ordones com a venda de confecção. Até que o restaurante se tornou suficiente. “Passei 23 anos sem dormir. Era cozinheira, caixa, faxineira e garçonete. O restaurante fechava eu continuava dentro para preparar o almoço do dia seguinte, na hora do almoço ia pro caixa, mas nunca deixei de pagar o tratamento do meu filho e as portas nunca se fecharam pra mim. Tudo cresceu naturalmente”, sorri.

Quem anda pelo Carneiro do Ordones O Original e o Butiquim, os dois na esquina da antiga casa em que tudo começou, vai sempre cruzar com Irismar e seus filhos Doninho, Mariana ou Verônica. As meninas se dividem na administração do Butiquim e do Original, respectivamente. Doninho ainda encontra ali a cozinha da sua casa também.

Hoje, Irismar continua guardando em segredo a receita do baião. Mantém no Carneiro do Ordones O Original e no Butiquim as receitas que há 40 anos conquistaram os clientes. Todo dia ela circula pelas duas lojas inteiras. “Fico 24 horas dentro das minhas duas lojas. Olho piso por piso até a laje para ver se está limpo. Continuo andando na linha do trem, tenho a mesma dedicação de quando comecei”, conta.

A menina que aos 8 anos já era vendedora no magazine de tecidos do pai em Reriutaba, a Loja do Povo, aprendeu que rotatividade faz o sucesso do negócio. “Pode ver que meu cardápio tem preço justo e sempre tem promoção", garante. Irismar segue conduzindo os restaurantes com coração de cozinheira. “Eu amo cozinhar e cozinheiro tem um prazer enorme de receber elogio pela comida, é a coisa mais deliciosa do mundo”, se diverte.

Em 2024, não há mais sinais do Mercadinho Estrela na Azevedo Bolão. E Irismar é categórica ao afirmar: “tudo isso existe porque meu filho precisou de tratamento e fui atrás de pagar. Ele é uma benção na minha vida”.

Confira o caderno especial sobre o Ordones. Clique aqui para baixar o PDF.

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