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AMC amplia trabalho educativo sobre alcoolemia

Com a reabertura de serviços, o fluxo no trânsito volta a aumentar, e agentes intensificam ações de conscientização e fiscalização de carros

No trânsito, há motivos para se comemorar: o número de acidentes com vítimas caiu 51%, entre abril e junho deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2019. A quantidade de acidentes com mortes também diminuiu 20%. Os números podem ser explicados pela diminuição do fluxo durante a pandemia. Porém, a reabertura dos serviços, com consequente aumento de veículos na rua, acende o alerta: beber e dirigir não combinam! Para sensibilizar a população, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) intensifica o trabalho de conscientização e fiscalização.

O tema não é novo e, ainda assim, precisa ser constantemente retomado. Porque há quem ainda ponha a própria vida e a dos demais em risco. E não precisa nem ser feriado, fim de semana. “A gente acha que esse tipo de infração acontece mais no período noturno, aos fins de semana, mas a gente constantemente também está encontrando pessoas alcoolizadas durante o turno diurno, manhã, tarde, condutores alcoolizados inclusive na segunda de manhã”, diz o superintendente da AMC, Arcelino Lima.

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Além de ser uma das principais causas de acidentes de trânsito, dirigir alcoolizado agrava sobremaneira os sinistros. Motoristas sob o efeito de álcool têm três vezes mais chance de se envolverem em um acidente fatal. “Basta um motorista alcoolizado para causar um grande acidente”, frisa Arcelino.

O álcool compromete a coordenação motora das pessoas, a concentração, a visão e a audição, dentre outros fatores que favorecem acidentes. Não bastassem todos os efeitos negativos durante o ato de dirigir, um condutor alcoolizado tem menos chances de sobreviver em caso de acidente. Quanto maior o consumo de bebida alcoólica, mais chances de ferimentos graves e de óbito, de acordo com estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Um dos mecanismos adotados ao longo dos anos para coibir essa prática é a operação Lei Seca. Rigidez na fiscalização e mais testes de alcoolemia. “Toda vez que a gente intensifica fiscalização de alcoolemia e promove campanha de conscientização, a gente percebe uma redução de acidentes com mortes”, explica Arcelino.

Com João*, foi exatamente assim: cair numa blitz foi o “start” para nunca mais misturar direção e álcool. “Tinha bebido umas quatro cervejas. Até então, quando bebia pouco, me arriscava a dirigir. Nesse dia, nem beber eu ia, mas acabei me animando. Quando fui voltar para casa, fui parado na avenida Dom Manuel, perto do Dragão do Mar.”

Ele teve a CNH apreendida, precisou chamar um familiar para buscá-lo e pagou multa. Apesar do final sem danos, uma vez que não se envolveu em um acidente, a vergonha durou mais tempo. “Lembro que fiquei muito arrependido, me senti a pior pessoa na época. Passei uns dias para contar aos meus pais o que tinha acontecido”, lembra.

R$ 2.934,70 é o valor da multa por dirigir sob efeito de álcool;

106.366 condutores foram submetidos ao teste da alcoolemia, de janeiro a
dezembro de 2019, em comandos de Lei Seca coordenados pela AMC, com apoio da Polícia
Rodoviária Estadual (PRE) e Guarda Municipal;

46% é o aumento de testes de alcoolemia realizados pela AMC nos últimos dois anos.

Novos protocolos de segurança

O motorista pode ficar tranquilo em relação aos testes de alcoolemia, pois novos protocolos de segurança foram adotados para evitar contaminação pelo coronavírus. Um etilômetro por aproximação, sem contato físico, faz uma pré-análise; somente se for detectado algum indício de embriaguez, o motorista será convidado a usar um bafômetro esterilizado, com peça bucal descartável. “O agente de trânsito está devidamente protegido com máscara, face shield, luvas e vai oferecer produto de limpeza para o condutor higienizar as mãos. O agente faz a esterilização na frente do condutor para oferecer segurança. Vamos ter um tempo maior nas abordagens, mas esse esclarecimento deixará as pessoas mais seguras”, destaca Arcelino Lima, superintendente da AMC. 

Sem "desculpas", mesmo na pandemia

Os motivos para as pessoas ainda dirigirem sob efeito de álcool são variados. Acham que um drink, uma cerveja não vai fazer diferença. Bruno*, por exemplo, lembra de quando justificava voltar para casa alcoolizado pelo fato de morar longe e o valor do táxi ser caro. “Não tinha ônibus para voltar para casa, mas aí minhas condições financeiras melhoraram, meus amigos caíram em blitz, foram indiciados, e eu percebi que não fazia sentido eu me arriscar, bater ou machucar alguém. Eu sei que é errado, por mais que eu tenha controle, sei que o reflexo diminui”, relata.

Durante a pandemia de coronavírus, algumas bebidas como vinhos e espumantes tiveram
aumento de 12% nas vendas, entre janeiro a maio, na comparação com o mesmo período de 2019. O maior consumo preocupa autoridades, que alertam para que o novo hábito não seja levado para fora de casa. “Embora as pessoas estejam atravessando um período de maior ansiedade, de maior estresse, a principal mensagem é: fiquem atentas ao consumir bebida alcoólica, não é porque estão na pandemia que podem sair dirigindo sob efeito de álcool”, completa Arcelino.

*Nomes alterados para preservar identidade das fontes

ATENÇÃO!

As fiscalizações da operação Lei Seca podem ocorrer em qualquer
dia ou horário. Além disso, a blitz da AMC é móvel, em locais onde há maior risco de acidentes graves. A medida serve justamente para evitar que motoristas “furem” fiscalização ou informem em apps a localização dos agentes de trânsito.

 

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