Ter dados significa ter fluidez e segurança
06:00 | Dez. 14, 2019
Um dos avanços prático e importante dessa mudança de paradigma da AMC, onde trânsito é fluidez, mas é também e, essencialmente, segurança do cidadão que nele atua, foi a organização de dados. Estatística é desafio para qualquer órgão de atuação em serviços públicos. A AMC é destaque nacional quando o assunto é estruturar informação e focar no aproveitamento desses dados. O norte, mais uma vez, é a segurança.
O primeiro passo foi revitalizar o Sistema de Informação em Acidentes de Trânsito (SIAT), compilando dados das unidades de saúde, como da própria secretaria, do Instituto Dr. José Frota (IJF) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de órgãos de trânsito e de polícia. O passo, agora, será mais largo, principalmente na rapidez e frequência desses dados. “Se você não tiver dados, não consegue ver como as áreas funcionam”, frisa Sabóia.
Entenda como a clareza de um dado é importante: a literatura sobre trânsito fundamenta que seja considerada uma vítima de acidente uma pessoa que veio a falecer em até 30 dias após uma ocorrência. Em Fortaleza, a estatística vai considerá-la mesmo que o falecimento aconteça 120 dias após o acidente. “É claro que, depois de 30 dias, muitas complicações médicas acontecem. Mas essa pessoa entrou no hospital por conta do acidente. Então precisa ser considerada”, pondera o superintendente da AMC, Arcelino Lima.
A partir de 2020, os dados que servirão de base às ações de trânsito na Capital trarão, além dos números de hospitais e atendimento de urgência, análises de segmentos mais específicos, como a atuação da Polícia Forense. O objetivo é ter mais eficácia tanto na compilação desses dados e na alimentação quanto na consulta dessas informações por parte dos técnicos, que terão mais facilidade para analisar e avaliar os acidentes de trânsito.
“A gente quer cada vez mais qualificar essa análise. No caso dos acidentes com vitimas fatais, por exemplo, existe uma comissão que se reúne quinzenalmente para ter um maior entendimento sobre a ocorrência e a partir desta avaliação traçar ações imediatas para evitá-los no futuro”, explica o coordenador da Iniciativa Bloomberg em Fortaleza, Dante Rosado. Atualmente, os dados já são importantes para tomadas de decisões. No último trimestre, foram identificados 30 cruzamentos com maior número de acidentes, 80% dessa lista já receberam algum tipo de ação, e os outros 20% já estão programados para receber intervenção.