Educação financeira: 6 dicas de como melhorar as finanças
Conheça as características da educação financeira, dicas básicas para começar os estudos e a aplicação da educação financeira no BrasilAs maneiras de lidar com as questões econômicas do dia a dia podem ser guiadas por meio da educação financeira. O termo faz referência à prática de auxiliar os indivíduos com suas finanças pessoais.
A temática foi incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta o ensino da educação financeira em escolas públicas e privadas no Brasil. Segundo o documento, a educação financeira será trabalhada de forma interdisciplinar com os estudantes.
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Confira a seguir as principais características da educação financeira e as dicas básicas para começar os estudos.
O que é e para que serve a educação financeira?
O conceito de educação financeira se relaciona com a manutenção das finanças de um indivíduo, influenciando no planejamento de gastos. A prática também considera aspectos da gestão para definir tabelas de despesas prioritárias e investimentos.
Os dados levantados pelo Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, levantamento mensal da Serasa sobre a relação dos brasileiros com as dívidas, apontam 70,53 milhões de brasileiros com o nome restrito durante o mês de fevereiro de 2023.
Entre as principais dívidas, estão a fatura do cartão de crédito (31,63%) e contas básicas (21,76%), como água, luz e gás. Nesse contexto, a educação financeira funciona como um guia de organização e potencial independência financeira à porcentagem interessada.
Qual é a importância e benefícios da educação financeira?
Um dos benefícios iniciais citados por Lucas Cabral, analista de Wealth Management na SWM, é a capacidade de calcular as próprias despesas. “Você consegue ver e comparar, por exemplo, o empréstimo para comprar a sua casa”, afirma.
Após aperfeiçoar as noções de educação financeira, completa Cabral, o indivíduo pode investir o seu conhecimento no mercado financeiro, além de oferecer serviços, desde que esteja devidamente regulado.
Os benefícios também se estendem em outros tópicos, exemplificados a seguir.
Reduz o endividamento e risco de falência
O acompanhamento de gastos e lucros são recursos encorajados pelo planejamento financeiro. O hábito pode influenciar na redução de endividamento ao manter uma planilha das transações financeiras, avaliando suas prioridades.
Ajuda no planejamento pessoal e familiar
O planejamento pessoal e o familiar são responsáveis por controlar o orçamento da casa, levando em consideração o consumo de cada membro da família. Nesse caso, listar a conta de energia elétrica é tão importante quanto anotar as despesas ao jantar fora.
Um estudo sobre o Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro em 2022, produzido pelo Instituto Opinion Box em parceria com a Serasa, revela que 62% dos endividados sentiram o impacto das dívidas no relacionamento do casal.
Proporciona maior saúde mental e qualidade de vida
O Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro em 2022 aponta que 83% dos endividados têm dificuldade para dormir por conta das dívidas.
A produtividade no trabalho também é impactada negativamente, com 74% dos indivíduos alegando problemas de concentração para realizar tarefas diárias.
“Além disso, alterações de humor e irritabilidade também podem comprometer sua relação com colegas, levando em casos extremos à demissão”, relata na pesquisa a psicóloga Valéria Meirelles, especializada em Psicologia Econômica e Psicologia do Dinheiro.
Aumenta a autoestima e confiança
A pesquisa de 2022 estudou o impacto emocional causado pelas dívidas por meio de entrevistas online com 5.225 consumidores da base de endividados da Serasa. Entre os entrevistados, 51% afirmaram sentir vergonha por conta do endividamento.
“Dessa forma, não ter dinheiro suficiente leva não apenas a sentimentos de vergonha, bem como de baixa autoestima e redução do senso de autoeficácia”, explica Valéria na pesquisa.
Desenvolve novas habilidades
A certificação CEA é descrita no portal da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) como uma habilitação de profissionais do mercado financeiro para atuarem como especialistas em investimentos.
“Acho que uma boa forma de você adquirir essa educação financeira é estudando para fazer esse teste”, aconselha Lucas Cabral.
Tipos de educação financeira
A educação financeira pode ser apresentada em diferentes meios, entre eles o pessoal, empresarial e familiar.
Pessoal
A educação financeira pessoal destaca a organização financeira para cada indivíduo, com foco no planejamento financeiro individual e contabilizando gastos e economias no dia a dia.
Empresarial
O planejamento corporativo também é um aspecto importante na organização financeira das empresas e considera a gestão dos gastos e investimentos para a manutenção da instituição no mercado.
Familiar
A educação financeira familiar é similar ao modelo individual, mas engloba o planejamento de todos os membros da família na administração das finanças.
Como funciona o estudo sobre finanças no Brasil?
O ensino financeiro em escolas públicas e privadas se apresenta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) por meio do desenvolvimento de habilidades na área de conhecimento da Matemática.
A universidade é outro setor de aprendizado, dependendo da área a se especializar. “Na faculdade de Economia, querendo ou não, você é obrigado a aprender alguns aspectos diferentes de finanças”, começa Lucas Cabral.
Entre os exemplos citados, está a expressão valuation, quando se precifica empresas, ativos e produtos, além de nuances de cálculos financeiros.
O que fazer para ter uma educação financeira? Dicas básicas para começar
Veja a seguir seis dicas para compreender melhor os aspectos da educação financeira.
1. Acompanhe conteúdos sobre finanças pessoais
O portal OPOVO promove o canal “Dei Valor”, com a apresentação do repórter de Economia Samuel Pimentel. A gravação oferece ao público dicas de empreendedorismo, como listas de ações para sair da inadimplência.
2. Revise todas as suas dívidas, despesas fixas e variáveis
A avaliação do orçamento pessoal, como as despesas fixas e variáveis, pode auxiliar no corte de gastos e eventual revisão das dívidas.
As despesas fixas são aquelas que sofrem pouca alteração ao longo dos meses, como aluguel e condomínio. As variáveis, por outro lado, podem ser alteradas de acordo com o consumo, como as contas de água, luz e afins.
3. Defina metas e objetivos
As metas e objetivos na educação financeira podem ser estabelecidos com o auxílio de aplicativos em dispositivos móveis — disponíveis também no computador — para a criação de listas e planilhas. Confira quatro opções:
- Trello (Android e iOS)
- Google Agenda (Android e iOS)
- Minhas Economias (Android e iOS)
- GuiaBolso (Android e iOS)
4. Economize em gastos desnecessários
Com as metas e objetivos financeiros planejados, os gastos desnecessários são o próximo tópico a ser revisto. É preciso, a partir da organização das finanças pessoais, descobrir produtos ou serviços que podem ser cortados das despesas.
5. Crie uma reserva de emergência
A reserva de emergência é um investimento capaz de garantir a segurança financeira em momentos de desemprego ou imprevistos futuros.
O portal da Serasa compartilha informações sobre como organizar a reserva de emergência em publicação intitulada “Reserva de emergência: como fazer a sua e se preparar para imprevistos?”.
6. Estude sobre investimento
Os cursos de educação financeira podem ser disponibilizados gratuitamente para o público por determinadas instituições. Entre os exemplos, estão o curso “Trilha Financeira”, parceria da Serasa com a plataforma Descomplica, e “Finanças Pessoais”, da Universidade Corporativa Bradesco.
O planejamento financeiro pode se apresentar como um dos primeiros passos para a independência econômica, se estendendo, inclusive, no currículo escolar dos jovens brasileiros.
Para mais informações relacionadas com a temática, o público pode acessar a aba “Economia” do jornal OPOVO.
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