Bitcoins: o que é, como funciona e como investir

Bitcoin é uma moeda digital descentralizada e que não possui intermediários. Saiba mais sobre a criptomoeda e como ela funciona.

O Bitcoin é uma moeda virtual descentralizada. Entenda mais sobre a criptomoeda (Reprodução/Pixabay)


Nos últimos anos, as moedas virtuais têm sido alvo de curiosidade e altos investimentos dentro do mercado financeiro. Vendidas sob a propaganda de independência, segura e rentabilidade, as criptomoedas, como o Bitcoin, vêm se popularizando mundo afora, ganhando novos investidores diariamente.

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Para compreender mais sobre do que se trata essa famosa moeda virtual, confira abaixo um resumo que responderá as principais dúvidas sobre o investimento em Bitcoins, desde as vantagens até as suas desvantagens e riscos.

ENTENDA como funciona o mundo dos criptoempréstimos

O que são os Bitcoins

O Bitcoin é uma moeda digital que funciona de forma descentralizada, ou seja, que não necessita de intermediários - como bancos, grandes corporações ou o governo - para que o dinheiro seja movimentado, diferente de outras moedas, como o real, dólar e euro.


Sendo assim, sua forma física, seja em cédula ou moeda são inexistentes, não podendo ser impressa por nenhuma Casa da Moeda e controlada por nenhum Banco Central. Devido a isto, o Bitcoin se enquadra na categoria de criptomoeda - dinheiro virtual que usa criptografia para garantir a realização de transações financeiras.


O preço do Bitcoin não é fixo, podendo variar de acordo com a lei de oferta e da procura, que, basicamente, afirma que quando há muita oferta, os preços diminuem, e quando há muita procura e escassez do produto, os preços sobem.


História do Bitcoin

O surgimento do Bitcoin foi datado em 31 de outubro de 2008. Quando, o criador ou a equipe de criadores anônimos da criptomoeda, que utiliza o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, enviou um e-mail para uma lista de pessoas interessadas em criptografia, sob o título “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”.


Na mensagem, Nakomoto escreveu que vinha trabalhando “em um novo sistema de dinheiro eletrônico totalmente peer-to-peer, sem terceiros confiáveis”. No mesmo arquivo, foi inserida uma espécie de manual da criptomoeda, descrevendo os quatro principais fundamentos do Bitcoin, que são:
Rede peer-to-peer para evitar o gasto duplo, que é a possibilidade de enviar a mesma moeda mais de uma vez;

  • Sem intermediários, como bancos;
  • Garante o anonimato dos usuários;
  • Usa Prova de Trabalho (um tipo de algoritmo) para gerar Bitcoin (processo que ganhou o nome de mineração) e prevenir o gasto duplo.


Além disso, no mesmo manual foi anunciado que o Bitcoin é uma moeda de oferta finita. Diferente de outras moedas que podem ser emitidas conforme haja necessidade, o bitcoin foi criado de forma que apenas 21 milhões de moedas possam existir.


Apesar de ter sido criado no final de 2008, o software por trás da criptomoeda – o blockchain - só foi lançado em 3 de janeiro de 2009, e só assim, seis dias depois, o primeiro bloco de Bitcoin foi minerado.
Embutido ao bloco estava escrita a frase criptografada “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks”, que em português significa “Chanceler à beira do segundo resgate aos bancos”.


Acredita-se que a mensagem é uma alusão à manchete do jornal britânico The Times daquele dia, e foi interpretada como uma crítica ao sistema bancário atual. Até o final de outubro de 2021, segundo o agregador Coingecko, 18,8 milhões de Bitcoin já haviam sido emitidos.


O que é o blockchain?

Basicamente, a tecnologia blockchain surgiu para que o bitcoin pudesse existir. De forma simplificada, entende-se por blockchain um sistema que facilita o rastreamento do envio e recebimento de transações digitais, por meio de uma rede descentralizada e transparente de computadores, que pode ser acessada apenas por membros autorizados.


É por meio do blockchain que as negociações de Bitcoins e outras criptomoedas, como Ether e Litecoin, ocorrem e são registradas. Extremamente seguro, o sistema utiliza códigos que se conectam, não podendo ser alterados ou corrompidos após a realização de uma transação ser registrada.


Por conta disso, nunca foi possível, até hoje, fraudar bitcoin. Se um registro apresentar algum erro, uma nova transação deverá ser incluída para reverter esse erro e ambas as transações serão visíveis a todos os usuários.


Apesar dessa forma de uso, o blockchain pode ser utilizado para outras diversas aplicações, desde a validação de documentos, até transações financeiras, comercialização de músicas ou filmes, rastreamento de remessas e até votos.


Como funciona o Bitcoin

Como já foi dito, o Bitcoin é um dinheiro totalmente virtual que funciona à base de criptografia - por isso também é chamado de criptomoeda.


Essa técnica garante com que todas as transações financeiras feitas por Bitcoin – compra, envio e recebimento – sejam realizadas de forma segura e anônima, evitando fraudes e garantindo a segurança das informações.


Quando o Bitcoin é gerado, por meio do processo que recebeu o nome de mineração, todas as informações são registradas no banco de dados Blockchain - esse processo dura em torno de 10 minutos cada - tempo necessário para validar a operação e evitar transações fraudulentas.


É também por meio do processo de mineração que se criam novos bitcoins. Assim que as operações são validadas, novos “blocos” vão se formando no sistema - por isso o nome blockchain.


A cada bloco finalizado, os mineradores - pessoas e empresas que usam seus computadores para ajudar a manter o sistema e desvendar problemas relacionados com a rede de Bitcoins - ganham recompensas em criptomoeda, sendo que a cada 210 mil blocos esta recompensa cai pela metade, em um processo chamado de “halving”.


A previsão é de que o “halving” ocorra a cada quatro anos, o que leva à conclusão de que o Bitcoin deixará de ser minerado em 2140. Esse cálculo baseia-se na decisão tomada por Nakomoto de deixar a quantidade limite de bitcoins em 21 milhões.


Por fim, após a validação, os bitcoins adquiridos por cada usuário são armazenados em carteiras digitais, por onde é possível transferir e acessar as moedas. Elas são, basicamente, programas e softwares instalados em computadores e celulares. Toda carteira digital possui uma chave privada que só pode ser acessada pelo dono dela. 

O investimento financeiro em Bitcoins apresenta vantagens e desvantagens
O investimento financeiro em Bitcoins apresenta vantagens e desvantagens (Foto: Reprodução/Pixabay)

Vantagens de investir em Bitcoins

Abaixo confira as principais vantagens deste ativo digital que vem ganhando adeptos diariamente:
Possibilidade de lucratividade


Uma das características do Bitcoin é sua alta volatilidade, que varia diariamente, durante as 24 horas por dia, ou seja, o seu valor muda constantemente, o que pode resultar em uma alta rentabilidade do criptoativo.


Facilidade de investir

Investir em Bitcoins é relativamente fácil. Podendo ser adquirido de forma direta, por meio de exchanges, ou de forma indireta, através dos Exchange Traded Funds, os famosos ETFs.


Descentralização

O principal atributo do Bitcoin é a descentralização. Já que não há intermediários para a realização de compra e venda da criptomoeda, ou seja, elas não dependem de nenhuma entidade governamental ou bancária para concretizar um pagamento.


Segurança

As transações financeiras feitas por Bitcoin são altamente seguras, devido ao uso do sistema de criptografia, que evita fraudes e roubos. A tecnologia blockchain garante segurança extra, bloqueando a divulgação de dados pessoais dos investidores. Para acessar suas carteiras virtuais, o proprietário deve inserir uma chave de acesso individual.


Quais as desvantagens de investir em Bitcoin

Abaixo, confira as principais desvantagens do criptoativo Bitcoin:


Mercado novo e incerto

O mercado de criptoativos é relativamente novo, o que traz diversas dúvidas e discussões sobre o assunto, já que a compra de moedas digitais não é um meio tão tradicional de investimento financeiro. A liquidez dos investimentos faz com que muitas incertezas apareçam.


Baixa aceitação como forma de pagamento


Os Bitcoins possuem baixíssima aceitação, já que nem todos os estabelecimentos comerciais recebem a criptomoeda como método convencional de pagamento. Devido a isso, o número de transações e a quantidade de criptomoedas em circulação ainda é pequeno.

Dinheiro sem lastro

Por ser uma moeda exclusivamente virtual, sem regulamentação para garantir segurança econômica, nada pode comprovar seu valor. Sua única forma de registro é a blockchain que, por sua vez, encontra-se também apenas em ambiente virtual.


Riscos do Bitcoin

Abaixo, saiba quais são os riscos deste tipo de investimento:


Falta de regulamentação governamental

O Bitcoin ainda não possui regulamentação governamental para a prestação de serviços de ativos virtuais. Como ele pode impactar diretamente a economia, muitos países buscam regulamentar e outros proíbem terminantemente, como é o caso da China.


Alta volatilidade

Apesar desse ser um ponto positivo, a volatilidade também é uma desvantagem, já que os preços do Bitcoin podem despencar a qualquer momento, fazendo com que o valor da criptomoeda fique inferior ao do momento da compra.


Impacto Ambiental

Os supercomputadores utilizados para a realização da mineração do Bitcoin possuem um alto gasto energético. Dessa forma, o sistema influencia na poluição ambiental, com a queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural (emissores de Gases de Efeito Estufa) para o funcionamento da rede Blockchain.

Fraudes ou “meme coins”

As meme coins são criptomoedas inspiradas em memes da internet. Seu surgimento, em um primeiro momento, foi satírico, como uma crítica aos criptoativos já existentes.

Dessa forma, alguns meme coins são “moedas fraudulentas”, feitas puramente para ganhar dinheiro rápido às custas de outras pessoas, ou seja, para enriquecer apenas o criador da moeda.

Quem investe em meme coins “atira no escuro”, já que o seu valor é especulativo e podem não alcançar a popularidade esperada, caindo no esquecimento, já que não possuem um uso prático além de serem compradas e vendidas.

No entanto, nem todas as “meme coins” são fraudulentas. Algumas delas possuem funcionalidades úteis, como DOGE e SHIBA, que atraem novos investidores devido a analogia com “memes” populares - uma maneira de fazer com que as pessoas se interessem por criptomoedas.

Tenho que pagar Imposto de Renda sobre o Bitcoin?

Apesar do Bitcoin não ser reconhecido como moeda oficial de nenhum país, ele e qualquer outra criptomoeda, com valor acima de R$5.000, devem ser declarados no Imposto de Renda do investidor.
Sendo assim, durante o preenchimento da declaração anual, será necessário incluí-las na ficha de "Bens e Direitos", informando a quantidade de moedas e o valor pelo qual elas foram adquiridas.


Vale ressaltar que para cada tipo de moeda, uma nova ficha deve ser preenchida. Ou seja, caso você possua criptomoedas da Bitcoin, Ether e Litecoin, por exemplo, elas devem ser declaradas separadamente, uma por vez.


Além disso, quando for declarar o IR da criptomoeda não atualize o valor pela cotação atual. O que vale é quanto você pagou no momento da compra do Bitcoin.


Passo a passo para declarar IR sobre Bitcoin:

  • Abra a ficha de "Bens e Direitos";
  • Clique em "Novo";
  • Informe se a compra da moeda foi feita por você ou por terceiros;
  • Detalhe a aquisição da moeda no campo "Discriminação" - nome da criptomoeda, quantidade adquirida, data da compra, valor e o nome e CNPJ da corretora que realizou a transação. Caso a compra tenha sido feita diretamente de outra pessoa, informe nome e CPF dela;
  • Por fim, informe onde as criptomoedas estão guardadas - carteira digital ou em uma empresa ou corretora.


Como escolher o Bitcoin para investir

Devido à volatilidade - variação no valor de um ativo em um curto período de tempo -, a compra do Bitcoin deve ser realizada em momentos propícios, para que então renda lucro para o investidor.

Ou seja, aproveitando a venda dos ativos quando estiverem em baixa, os investidores conseguem comprá-los a um bom preço e vendê-los, caso queiram, por preços bem acima do valor pelo qual foram adquiridos. Dessa forma, a alta rentabilidade do Bitcoin é certa.


Como investir em Bitcoins

Devido à sua popularização e valorização nos últimos anos, o Bitcoin tem sido alvo de potenciais investidores. Adquirir a moeda é uma atividade relativamente simples, podendo ser feita de diversas maneiras. Abaixo veja algumas opções seguras e acessíveis para quem busca comprar a criptomoeda.

A primeira forma de investir em Bitcoins é por meio de exchanges - plataforma digital que disponibiliza a compra, venda e troca de criptomoedas.

No entanto, vale ressaltar, que este tipo de transação não é regulamentado no Brasil, sendo assim, seu investimento não é assegurado em situações de fraudes, ataques virtuais e erros no servidor.

Uma outra alternativa de investimento, agora de forma indireta, é através dos Exchange Traded Funds, os famosos ETFs. O procedimento é o mesmo que investir na Bolsa de Valores, ou seja, você compra uma cota do ETF por um determinado preço e aguarda sua valorização.

Dessa forma, o comprador investe com segurança, já que possui a garantia de órgãos reguladores como o Banco Central, B3, CVM e Anbima.

Além de comprar uma unidade inteira do bitcoin, frações da criptomoeada também podem ser adquiridas, são elas: a milibitcoin (mBTC), microbitcoin (µBTC) e satoshi (nomeado em homenagem ao criador do bitcoin).


  • Satoshi: é a menor quantidade do sistema, representando 0,00000001 bitcoin, um centésimo de milionésimo de bitcoin;
  • Milibitcoin: equivale a 0,001 bitcoin, valor de um milésimo de bitcoin;
  • Microbitcoin: equivale a 0,000001 bitcoin, valor de um milionésimo de bitcoin. É chamado também de um bit.

Como saber o valor do Bitcoin

Como qualquer outra moeda, o preço do Bitcoin sofre variações diárias, sendo assim, como já foi pontuado, o seu valor não é fixo, sendo alterado de acordo com a lei de oferta e da procura - ou seja, quanto mais pessoas adquirem a criptomoeda, mais cara ela fica e vice-versa.


A oscilação em seu valor é consideravelmente alta em relação às moedas tradicionais, podendo variar até 20% em um único dia. Isso se deve a alguns fatores, que são: a quantidade limitada do Bitcoin e a alta demanda pela moeda.


Sua cotação normalmente segue a referência do dólar. Dessa forma, qualquer oscilação no preço da moeda norte-americana - queda ou aumento - impacta no preço do bitcoin adquirido por investidores brasileiros.


Em dezembro de 2021, 1 Bitcoin estava avaliado em R$279 mil. Vale lembrar que, por ser um ativo negociado 24h por dia e altamente volátil, seu valor é alterado constantemente.

O potencial de investimento em Bitcoins

Apesar do potencial para investimentos, o Bitcoin também possui capacidade de regulamentação governamental, já que em 2021, a criptomoeda foi adotado oficialmente em El Salvador, país da América Central, representando um grande avanço institucional para o universo dos criptoativos.

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Conclusão

Com o mundo tornando-se cada vez mais globalizado e digital, o bitcoin é uma moeda digital ideal para os dias atuais.

Com a possibilidade de realizar transações financeiras eficientes, rápidas e sem intermediários, essa tecnologia está angariando muitos adeptos.

Vale salientar também que as transações de Bitcoin podem ser efetuadas por qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo.

 

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