Mesmo com a alta no preço do chocolate, confeiteira segue adoçando vidas no Ceará

Mesmo com a alta no preço do chocolate, confeiteira segue adoçando vidas no Ceará

Ana Carla transformou a paixão pela confeitaria em sua única fonte de renda. Na Páscoa, período mais lucrativo do ano, ela adapta receitas e formatos para driblar a alta de custos e manter o negócio de pé

Ana Carla de Souza Santiago, 33 anos, sempre teve a doçura por perto, mesmo quando a vida não foi exatamente doce. Crescida entre bolos de festa e forminhas coloridas, foi observando a madrinha confeiteira que ela desenvolveu seu primeiro afeto pelo açúcar.

Anos depois, foi no aperto financeiro e na chegada do segundo filho que Ana Carla trocou o emprego formal pelas panelas e formas de bolo. O que começou como um plano B virou sustento, vocação e, principalmente, negócio

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“Cresci no mundo da confeitaria. Minha madrinha fazia todos os bolos das festas da família, e eu estava sempre ali, grudada nela, fascinada com aquele mundo doce”, lembra. Quando a maternidade exigiu presença em casa, ela se viu obrigada a pedir demissão.

Foi aí que decidiu colocar em prática o que sabia – e o que amava. Começou com bolos caseiros, feitos da cozinha de casa. O boca a boca fez o resto. “Os clientes foram gostando, indicando… E de repente eu estava fazendo doces para aniversários, festas, datas especiais. E cá estou até hoje, adoçando a vida das famílias.”

Ana Carla vive exclusivamente da confeitaria. É com esse trabalho que paga os boletos e sustenta ambos os filhos. A Páscoa, segundo ela, é o período mais lucrativo do ano, supera até mesmo o Natal e os aniversários.

O investimento médio gira em torno de R$ 5 mil, mas o retorno costuma ser o dobro ou mais. O segredo? Um cardápio que mistura o que o público já conhece com o que está em alta.

“Observo os sabores que mais vendem durante o ano e sempre procuro trazer algo novo, que desperte desejo. Faço uma pesquisa, vejo o que está em tendência, mas sem esquecer da realidade financeira dos meus clientes. O cardápio precisa fazer sentido para eles.”

Em 2025, a confeitaria artesanal teve que lidar com um desafio extra: o preço do chocolate disparou.

O cacau teve uma alta de cerca de 180% nos últimos dois anos, devido às quebras de safra em grandes produtores africanos como Gana e Costa do Marfim, afetados por ondas de calor e seca. O reflexo disso chegou rápido ao Brasil e ao dia a dia de empreendedoras como Ana.

Com o preço do chocolate subindo a cada ano, ela teve que adaptar seu negócio para não perder vendas. Neste ano, ela investiu em kits menores, ovos de Páscoa em tamanhos reduzidos e presentes acessíveis, sem abrir mão da qualidade.

“Está tudo mais caro, é verdade. Mas a gente se reinventa. Criamos versões menores, mimos mais simples, para continuar vendendo bem. O cliente sente quando a gente pensa nele.”

 

Fora da temporada de Páscoa, o trabalho continua. Ana aceita encomendas de bolos, doces para festas e sobremesas de pronta entrega. Com criatividade, variedade e escuta ativa dos clientes, consegue manter o negócio o ano inteiro.

Sua história, até agora, ainda não foi contada por nenhum veículo. Mas ela sabe o valor do que faz. “Costumo dizer que parabéns sem bolo não é parabéns. Já foi a algum aniversário sem bolo? Sem parabéns? Não tem a mesma alegria. Então levo isso muito a sério. Cada pedido é uma responsabilidade. Às vezes a pessoa está realizando um sonho com aquele bolo, aquele doce.”

Entre chocolate, chantilly e embalagens coloridas, Ana Carla segue firme. Sua confeitaria não é só um negócio, é um pedaço de vida. E, apesar dos desafios, ela não pensa em parar. “É desafiador, mas muito gratificante. Saber que levei momentos de alegria para uma família, através do meu trabalho, não tem preço.

(Com Agência Brasil)

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