Metro quadrado de imóveis econômicos em Fortaleza encareceu 28% em dois anos
Levando em consideração o valor total de Fortaleza, o metro quadrado alcançou R$ 12.380 em fevereiro de 2025; confira os bairros mais caros
O preço do metro quadrado (m²) dos imóveis econômicos em Fortaleza subiu de R$ 4.641 para R$ 5.961 em dois anos, um aumento de mais de 28%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 26, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), por meio da Comissão de Pesquisas (CPES).
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Para Sérgio Macedo, diretor de estatística do sindicato, o crescimento é explicado devido ao valor do teto do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que agora é R$ 350 mil.
"Então, os incorporadores também deram um upgrade nos projetos, verticalizaram mais. Antes, em Fortaleza, havia muito terreno disponível para casas térreas e o produto era mais barato. Hoje, você já está verticalizando mais, torna mais caro. Os acabamentos também melhoraram."
Além disso, avalia que o programa está atendendo a classe média, segmento impactado pela questão da renda e do crédito. "A taxa de juros também está muito alta (14,25% ao ano) e isso afeta diretamente imóveis na faixa de R$ 1 milhão ou mais", explica.
Levando em consideração o valor total de Fortaleza, o metro quadrado alcançou R$ 12.380 em fevereiro de 2025, uma alta de 8% na comparação com o igual mês do ano anterior (R$ 11.469). Confira os bairros mais caros:
- Meireles: R$ 18.074
- Praia de Iracema: R$ 16.933
- Mucuripe: R$ 16.722
- Aldeota: R$ 14.870
- Varjota: R$ 14.248
- Centro: R$ 13.475
- Cocó: R$ 12.660
- Fátima: R$ 12.398
- Dionísio Torres: R$ 12.341
- José Bonifácio: R$ 12.279
Lançamentos em queda
O valor geral de vendas (VGV) dos empreendimentos imobiliários lançados no Ceará no primeiro bimestre atingiu um montante estimado em R$ 865,4 milhões.
O número, no entanto, é 51% inferior ao registrado durante o igual período do ano anterior, quando totalizou mais de R$ 1,7 bilhão.
Fortaleza foi o município mais aquecido entre os cinco com dados levantados e registrou a marca de R$ 786 milhões em VGV.
Já a Região Metropolitana movimentou R$ 78,5 milhões, com as vendas distribuídas entre Aquiraz (64,6 milhões) e Caucaia (R$ 13,9 milhões). As outras localidades avaliadas são Eusébio e Maracanaú, porém, ainda não tiveram unidades lançadas neste ano.
Em relação à quantidade de lançamentos, o Estado chegou a 2.236 unidades nos meses de janeiro e fevereiro. O volume é cerca de 40% menor ante 2024 (3.705).
Apartamentos compactos são tendências para investidores
Além disso, uma das tendências do setor imobiliário são os apartamentos compactos para investimento. De acordo com a pesquisa, os empreendimentos verticais com até 65 m² representaram 79% das vendas líquidas de fevereiro.
Sérgio Macedo, diretor de estatística do sindicato, avalia que o mercado de Fortaleza está muito focado nos apartamentos menores, voltados para locação.
"Sempre tem aquela questão de que o imóvel é o melhor investimento [...] Então, assim, as pessoas se sentem mais seguras tendo um imóvel. Sabem que não vai perder valor. Pelo contrário, valoriza, tem um retorno de aluguel. A taxa de retorno do aluguel hoje está em 6% ao ano."
Um exemplo citado pelo especialista é de um empreendimento com 102 unidades. Destas, 56 foram vendidas, porém, 50 são para investidores, o que exemplifica a tendência do setor. Também pontuou que a maior procura é pelo bairro Meireles.
"O aluguel está caro hoje, está faltando apartamento para locação. Então, o investidor voltou muito forte agora para investir nesses apartamentos."
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