Técnicos do governo Lula fazem nova reunião para negociar tarifas com os EUA

Técnicos do governo Lula fazem nova reunião para negociar tarifas com os EUA

Técnicos dos ministérios de Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) fazem nesta sexta-feira, 21, uma nova reunião de negociação com os Estados Unidos para tentar amortecer as sobretaxas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que no Brasil já afetam produtores siderúrgicos. O encontro será realizado por videoconferência.

Esta será a segunda reunião desde que a tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos norte-americanos passou a valer, medida que entrou em vigor no último dia 12.

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De acordo com pessoas a par das conversas, a reunião desta sexta-feira deve seguir o perfil da semana passada e não deve ter encaminhamentos conclusivos.

Por enquanto, a lógica brasileira é negociadora, uma vez que o Brasil vê argumentos consistentes para mostrar que, do ponto de vista do interesse da política externa de Trump e do setor privado americano, as tarifas sobre o aço brasileiro não são benéficas.

O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu abrir um canal de alto nível com os EUA no começo de março, quando o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, fez uma videoconferência com o secretário de Comércio do país, Howard Lutnick, e o chefe do USTR, Jamieson Greer.

O Brasil quer convencer os norte-americanos que sobretaxar a produção siderúrgica local vai ferir diretamente a indústria estadunidense. Isso porque a maior parte da exportação brasileira que chega em solo americano é de material semiacabado (placas).

Siderúrgicas locais não são autossuficientes na fabricação deste material e importam esse tipo de aço para finalização doméstica. Como a compra de outros países é imprescindível, especialistas apontam que a sobretaxa vai implicar aumento de custo para os produtores norte-americanos.

Por entender que tem argumentos consistentes, o governo brasileiro tem insistido que vai priorizar o diálogo com os Estados Unidos, podendo avançar para eventuais concessões em troca de um sinal verde de Trump.

A aplicação de reciprocidade é vista como a última opção, acionada caso o processo negociador não dê resultados.

Trump tem se mostrado irredutível em estabelecer exceções para a tarifa do aço e do alumínio, postura diferente de seu primeiro mandato, quando aceitou um acordo de cotas de exportação pelo Brasil que evitou a sobretaxa sobre a siderurgia local em 2018. "Não vamos ceder", disse o republicano à imprensa local na semana passada.

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