Crédito consignado para trabalhadores CLT não tem registro de mau funcionamento; veja como contratar

Crédito consignado para trabalhadores CLT não tem registro de mau funcionamento; veja como contratar

Aplicativo da Carteira de Trabalho, pelo qual se faz o empréstimo, apresenta funcionamento normal na manhã desta sexta-feira, 21

A nova linha de crédito consignado, que oferta empréstimo diretamente da folha de pagamento para trabalhadores de empresas privadas, iniciou-se nesta sexta-feira, 21, sem problemas no aplicativo Carteira de Trabalho Digital.

O POVO simulou um empréstimo com valor máximo, no qual os profissionais contratados sob o regime CLT, incluindo empregadas domésticas e trabalhadores rurais e funcionários de microempreendedores individuais (MEI), podem comprometer até 35% do salário.

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Em alguns aparelhos foi preciso atualizar o aplicativo, principalmente, se o usuário não acessa o app há muito tempo. Caso necessário, há o envio de uma mensagem ao tentar acessar a Carteira de Trabalho Digital. Caso contrário, o usuário precisa ir até a Google Play Store, para quem usa smartphones Android, ou a App Store, no caso de iPhone.

Como funciona a contratação?

O programa Crédito do Trabalhador, estabelecido em medida provisória (n.º 1.292/2025) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), amplia o mercado ao permitir que as pessoas utilizem o site ou aplicativo da Carteira de Trabalho Digital para acessar as ofertas de crédito de forma ágil junto a mais de 80 instituições financeiras a partir de hoje, 21.

Com possibilidade de comprometer até 35% do salário nas parcelas, descontadas na folha via eSocial, as contratações usarão como garantia 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória em caso de demissão. No dia 25 de abril, os trabalhadores poderão, ainda, fazer contratações pelos canais eletrônicos dos bancos.

Antes, a necessidade de convênio com empresas e outras questões dificultavam a oferta do consignado ao setor privado, levando a contratações sem garantias e mais caras. “O novo produto de crédito consignado privado vem para suprir essa lacuna para os trabalhadores”, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

Além disso, as pessoas de baixa renda costumavam enfrentar dificuldades para contratar crédito devido à ausência de garantias. Com o FGTS, “você consegue reduzir bastante o risco da operação e, portanto, já consegue expandir o crédito e fazer isso a um custo mais baixo”, segundo o economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renan Pieri.

Programa do novo consignado estará disponível na Carteira de Trabalho Digital. (Foto: Fabio Lima/O POVO)(Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Programa do novo consignado estará disponível na Carteira de Trabalho Digital. (Foto: Fabio Lima/O POVO)

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) destacou que 47 milhões de trabalhadores CLT poderão acessar o crédito consignado, e que as empresas não precisarão mais autorizar o processo. “Quem já tem o consignado ativo, poderá fazer a migração para a nova linha a partir de 25 de abril ou a portabilidade a partir de 6 de junho”, disse o ministro Luiz Marinho.

A projeção é de que o valor do financiamento do Crédito do Trabalhador para quem ganha até um salário mínimo (R$ 1.518) deva ficar em R$ 9,5 mil em uma operação de 24 meses, com um custo efetivo total de 2,5% ao mês, na visão do economista Alex Araújo. Em 36 meses, o máximo seria de R$ 12,5 mil. Já o comprometimento das parcelas, de R$ 531,30.

A amortização pode ser vantajosa caso os indivíduos optem por antecipar algumas parcelas do empréstimo, mas isso dependerá das condições estabelecidas pelos bancos, como a possibilidade de redução dos juros futuros, além da disponibilidade de recursos pessoais para o adiantamento sem o comprometimento da saúde financeira, detalhou Alex.

Esta nova possibilidade de expansão do programa é vista positivamente por especialistas. O presidente da Febraban realçou a desburocratização e a segurança do processo, sinalizando que as operações de longo prazo devem gerar maior previsibilidade para os trabalhadores adequarem as parcelas no orçamento familiar.

O presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, enxerga o novo consignado como um “marketplace de crédito”, viabilizando um levantamento das possibilidades. As fintechs — startups de tecnologia e finanças — devem ingressar cada vez mais nesta dinâmica, gerando maior competitividade no setor a custos menores.

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)

Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), Wil Pereira, considerou o programa como de “extrema importância” para a classe trabalhadora. “Veio em uma boa hora”, possibilitando mais opções para os celetistas adquirirem produtos com juros mais baratos, em negociações diretas com as instituições financeiras.

Entretanto, algumas dificuldades são inerentes a um processo de tomada de crédito, como eventual risco de inadimplência, informou a professora de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Alesandra Benevides. Se os celetistas ficarem desempregados, há a possibilidade de eles não conseguirem arcar com as parcelas do empréstimo.

 

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