50% das frutas exportadas pelo Brasil saem pelos portos do Ceará, diz governo
Para o secretário-executivo do Agronegócio, o motivo para o número expressivo é a logística eficiente no Estado
Os portos do Ceará, o Pecém e o Mucuripe, são responsáveis por 50% das frutas exportadas pelo Brasil, segundo informou o secretário-executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Silvio Carlos Ribeiro, durante entrevista à rádio O POVO CBN.
Para o gestor, o motivo para o número expressivo é a logística eficiente. Assim, alguns produtos agrícolas são produzidos no Estado, mas outros vêm de diferentes locais para exportação. “Por exemplo, frutas de Petrolina (Pernambuco) e do polo do São Francisco, em grande parte, saem pelos portos cearenses, assim como as do Rio Grande do Norte.”
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Além disso, citou a participação em duas feiras internacionais: a “Fruit Logistica”, na Alemanha, e a “Expoactiva Nacional”, no Uruguai. Na primeira, o Ceará foi o único estado a trabalhar exclusivamente sua marca.
“Na feira de Berlim (Alemanha), observamos esse grande pavilhão das frutas, com a presença do Brasil. Já no evento no Uruguai, discutiu-se bastante a questão da irrigação e a importância da agricultura irrigada para a produção e o desenvolvimento econômico dos países.”
Perímetros irrigados
De acordo com Silvio Carlos, no Ceará são cultivados aproximadamente 1,6 milhão de hectares todos os anos. Destes, somente 90 mil são irrigados, representando cerca de 5% da produção total.
Os outros 95% correspondem à agricultura de sequeiro, ou seja, aquela que depende da chuva e da esperança de uma boa precipitação.
No entanto, quando observado o valor bruto da produção (VBP), esses 5% irrigados representam mais de 50% do total, enquanto a agricultura de sequeiro corresponde ao restante.
“Demonstra a oportunidade que temos de focar na agricultura irrigada, na produção de alto valor agregado. O pequeno produtor não precisa de grandes extensões de terra, mas sim da tecnologia de irrigação para gerar riqueza”, explica.
Tomate tem um dos maiores valores brutos da produção do Ceará
Outro ponto ressaltado pelo secretário-executivo do Agronegócio é que o tomate é um dos produtos com maior valor bruto da produção do Estado. “Apesar da pequena área de cultivo, ele apresenta um alto VBP, devido à sua alta produtividade e tecnologia aplicada.”
Também cita que o Ceará tem um grande potencial para produzir frutas e hortaliças e este deve ser o foco da agricultura. Uma das culturas que tem se desenvolvido recentemente é o cacau, muitas vezes cultivado com a banana.
“Isso agrega valor ao pomar, pois antes se produzia apenas banana, e agora temos banana com cacau, cujo preço disparou. Estamos trabalhando com outras culturas, como milho e maracujá.”
Exportações não impactam no preço dos alimentos
Questionado em relação à alta no preço dos alimentos e se tem relação com as exportações, Silvio Carlos Ribeiro esclareceu que, por serem produtos de alto valor agregado, não impactam na cadeia alimentar.
“Agora, na região central do Brasil, temos a exportação de diversas commodities, como soja e milho, que influenciam diretamente no preço final dos alimentos, especialmente na alimentação animal e no custo de outros produtos.”
Por isso, destaca que, em sua visão, o que acontece no Brasil é que o país está sendo muito demandado internacionalmente para a produção de alimentos.
“O mundo inteiro fala que o Brasil é o celeiro do mundo, e essa tendência só deve crescer. Cada vez mais, o mercado internacional vai procurar o País para produzir alimentos.”
Ainda ressalta que a exportação gera riqueza, ou seja, “a equação não pode ser reduzida à ideia de que a simples exportação causa o aumento dos preços dos alimentos. O que precisamos é aumentar a produção, pois a população mundial cresce, assim como a brasileira. A agricultura precisa ser mais incentivada”, complementa.
Reduzir tributos nos alimentos gera alívio sobre os preços? | O POVO News
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