Copom aumenta Selic em um ponto percentual e taxa chega a 14,25% ao ano
A retomada da trajetória de elevação da Selic foi iniciada em setembro do ano passado
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar em um ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que passará a ser de 14,25% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade nesta quarta-feira, 19.
Segundo o comunicado, o ambiente externo "permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos."
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Já no cenário doméstico, avaliam que o os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo. "A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes."
A retomada da trajetória de elevação da Selic foi iniciada em setembro do ano passado e a aceleração desse processo ocorre em um contexto de pressão inflacionária, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulando alta de 1,47% no primeiro bimestre de 2025.
Além disso, o Ministério da Fazenda aumentou a sua projeção da inflação de 2025 para 4,9% - acima do teto da meta, de 4,5% - no Boletim Macrofiscal divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
A expectativa era de 3,6% no boletim anterior, de novembro, e de 4,8% no documento "2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025", publicado em fevereiro.
Fed mantém estabilidade
Por sua vez, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidiu por unanimidade manter inalterada a taxa dos Fed Funds (como é conhecida a taxa de juros dos Estados Unidos) na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
O resultado era esperado pelo mercado, mas alertou para uma maior "incerteza" no país e revisou suas previsões sobre o crescimento e a inflação.
Segundo o comunicado do banco central americano, há a expectativa de realizar dois cortes nas taxas ao longo do ano. Porém, a incerteza sobre as perspectivas econômicas aumentou.
Nesse contexto, o Fed reduziu sua previsão de crescimento para 2025 para 1,7% e elevou a projeção de inflação para 2,7%. Anteriormente, a expectativa era de 2,7% e 2,5%, respectivamente. Os números para o desemprego também foram revisados, passando de 4,3% para 4,4%.