Percentual de fortalezenses endividados cai para o menor nível desde 2020
O montante representa uma queda de 2,9 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês imediatamente anterior (70,8%)
A taxa de consumidores endividados em Fortaleza foi de 67,9% no mês de março. O resultado foi o mais baixo da Capital desde dezembro de 2020, quando o índice foi de 65,2%.
O montante ainda representa uma queda de 2,9 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês imediatamente anterior (70,8%) e de 5,2 p.p. na comparação com março de 2024 (73,1%).
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Os dados, divulgados nesta terça-feira, 18 de março, são da pesquisa Perfil do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE).
Conforme a diretora institucional da entidade, Cláudia Brilhante, esses números representam um cenário positivo, já que durante esse período é comum ocorrer uma retração na movimentação do comércio.
“Com o consumidor menos endividado e otimista com o futuro, é hora dos comércios se prepararem com ofertas, descontos e estratégias de vendas para receber esse fortalezense que está pronto para consumir”, explicou Cláudia.
A pesquisa mostrou, entretanto, um aumento no número de pessoas com contas atrasadas, que passou de 18% para 19% na variação mensal.
Nesse contexto, a quantidade de inadimplentes, ou seja, que possuem dívidas que venceram a mais de 90 dias, também apresentou um leve crescimento de 0,2 p.p., passando para 10,2%.
Os gastos que mais contribuem para esses débitos são:
- Alimentação: 60,7%
- Aluguel residencial: 19,6%
- Tratamento de saúde: 17,4%
- Outros: 17,3%
- Educação: 12,4%
Dentre os métodos de pagamento, o cartão de crédito continua sendo o instrumento mais utilizado pelos consumidores, citado por 82,4% dos entrevistados, seguido por outros (20,3%), financiamentos bancários (13,3%) e empréstimos pessoais (11,2%).
Já no que concerne ao valor do endividamento, ele é de R$ 1.840 e possui prazo de quitação de oito meses.
Além disso, cerca de 77,6% dos consumidores comprometem de três meses até mais de um ano da renda familiar no pagamento de pendências financeiras.
Confira abaixo as principais causas por trás das dívidas:
- Desequilíbrio financeiro: 56,8%
- Necessidade de destinar recursos para outras finalidades: 37,7%
- Esqueceu de pagar: 9,8%
- Contestação da dívida: 7,6%
O desequilíbrio financeiro, apontado como causa de dívidas por mais da metade dos respondentes da pesquisa, é causado, principalmente, pela falta ou realização ineficaz de orçamento e controle de gastos (61,6%).
Segundo o apontado pela Fecomércio, 71,3% dos consumidores controlam seus gastos e realizam orçamentos. Porém, 16,5% só fazem o orçamento, enquanto 12,2% não praticam nenhuma ação de controle financeiro.
Agora, em relação ao perfil dos fortalezenses endividados, segundo a Fecomércio, há predominância do gênero feminino (68,3%), com idade acima de 35 anos (69,5%) e renda familiar de até cinco salários mínimos, ou R$ 7.590 (69%).
Índice de confiança dos consumidores em março
O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) registrou 112,5 pontos em março, o quinto mês seguido de queda.
O valor representou uma redução de 4,9% em comparação com fevereiro (118,4 pontos). Em igual período do ano passado o montante também estava mais alto, com 114,7 pontos.
A piora do ICC decorreu das variações dos seus dois componentes: o Índice de Situação Presente (ISP), que apresentou um recuo de 5,3%, passando de 111 para 105,1 pontos, e o Índice de Expectativas Futuras (IEF), que foi de 117,5 pontos, 4,7% menor do que o de fevereiro (123,3 pontos).
Entretanto, mesmo com as taxas de confiança reduzidas, 68,3% dos consumidores possuem boas ou ótimas expectativas em relação à sua situação financeira há um ano, enquanto somente 31,7% dos respondentes as consideram ruim ou péssima.
Essa perspectiva se torna ainda mais positiva se considerado os próximos 12 meses, já que dentre os consumidores 84,3% consideram que ela será boa ou ótima.
Por outro lado, quando se refere à situação do País no decorrer deste ano, a porcentagem negativa sobe, chegando a 44,5%.
Já no que concerne à intenção de compra, também foi observada queda. Em março, o índice na Capital foi 31,5%, 2,2 p.p. menor do que o registrado em fevereiro (33,7%).
Dentre os itens mais procurados, estão: geladeira (17,9%), móveis (17,2%), televisão (13,4%), máquina de lavar roupa (13,2%) e celular (12,5%). Em relação ao valor, 77,5% pretendem gastar mais de R$ 1.000.
Dicas de como usar o cartão de crédito com moderação e controle | Dei Valor
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