Mais de 98% do saldo de empregos em 2024 foi ocupado pelo público do CadÚnico
Os beneficiários do Bolsa Família ocuparam 1.278.765 postos de trabalho com carteira assinada, sendo 75,5% do total gerado
No ano de 2024, o Brasil obteve um saldo de empregos com carteira assinada positivo, com geração de mais de 1,69 milhão. Destes, 98,87% foram ocupados pelo público do Cadastro Único (CadÚnico).
Os beneficiários do Bolsa Família ocuparam 1.278.765 postos de trabalho, 75,5% do total. As outras 395.736 vagas foram ocupadas por pessoas que estão no CadÚnico mas que não recebem o Bolsa Família (23,37%).
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Os números fazem parte de um cruzamento de dados realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Para o titular da Pasta, Wellington Dias, o aumento da participação dessas famílias no mercado de trabalho formal é um reflexo positivo das políticas de qualificação profissional e da articulação entre programas de transferência de renda e as ações de inclusão no mercado de trabalho.
“Isso desmistifica a ideia de que os beneficiários de programas sociais não têm interesse em trabalhar ou prosperar. Pelo contrário, essas famílias estão buscando sua autonomia, demonstrando compromisso com o trabalho e com a construção de um futuro mais próspero."
Benefícios para além da renda
Moradora do território da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), Vânia Messias, de 57 anos, percebeu desde cedo sua aptidão para contribuir com a comunidade.
Com uma história de vida com muitos percalços, procurou conhecimento em cursos profissionalizantes para se dedicar ao trabalho com a assistência social. A vocação a fez trilhar um caminho que passa pelos dois lados desse atendimento.
Hoje, é orientadora social do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Nelson Mandela, no bairro Bonsucesso, na capital fluminense, mas já teve um período como beneficiária do Bolsa Família.
Há aproximadamente um ano, ao garantir emprego e aumentar de renda, optou por devolver o cartão do programa. Porém, além da transferência de renda, o programa possibilitou acesso a outras ferramentas.
“Com o dinheiro do Bolsa Família, eu comprava, muitas vezes, coisas de uso pessoal que eu tinha vergonha de pedir para os meus pais ou outra pessoa”, comenta. “Me ajudou a pagar passagem para ir para minhas aulas e comprar material para os meus cursos”, acrescenta.
A diretora do Cras Nelson Mandela, Viviane Freitas, ressalta a importância do programa na transformação da vida das pessoas, como a da sua colega de trabalho.
"Acredito sinceramente que as famílias têm potencialidades, que elas saem de beneficiárias de todos os serviços, inclusive de transferência de renda, para se tornar, como a Vânia, uma colega de trabalho que está construindo propostas e políticas públicas", afirma a diretora.
Viviane enfatiza que parte do trabalho é explicar aos beneficiários que o Bolsa Família é um pontapé. “É um programa tão importante que hoje você consegue ver famílias que estavam em situação de insegurança alimentar e saíram. Além da alimentação, algumas conseguem ainda sua projeção em cursos, em viagens e em cultura."
Programa Bolsa Família
Em fevereiro, com investimento de cerca de R$ 13,8 bilhões do Governo Federal, por meio do MDS, mais de 20,55 milhões de famílias foram beneficiadas, com um valor médio de R$ 671,81 por família.
O depósito do benefício é feito de acordo com o último dígito do Número de Identificação Social (NIS) de cada família.
Além de garantir renda para as famílias em situação de pobreza, o programa busca integrar políticas públicas, fortalecendo o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e assistência social.
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