Agência de risco rebaixa notas da Azul e mantém a empresa em avaliação
A S&P Global Ratings é uma das principais agências de classificação de riscos e frisou que vai avaliar a nova estrutura de capital da empresa, com a possibilidade de elevar as notas
Ao mesmo tempo em que cancela voos no Brasil, incluindo os de Juazeiro do Norte, Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatu, no Ceará, a Azul Linhas Aéreas teve suas notas de risco rebaixadas pela S&P Global Ratings.
As classificações da companhia referentes a crédito global e nacional foram para 'SD' (default seletivo), 'CC' e 'brCC', respectivamente, após troca de dívida em dificuldades. Ou seja, não seguiu os termos originais para quitar seus débitos.
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Em suma, a aérea mostrou dificuldades financeiras e pouca liquidez (dinheiro disponível) e fez um acordo com os credores para trocar parte das suas dívidas por novas condições de pagamento.
Assim, mudou quase toda a sua dívida de 2028, 2029 e 2030 por novas com prazos e juros diferentes.
O comunicado da S&P veio justamente após a Azul anunciar, no dia 28 de janeiro, a liquidação da troca de 99,7% de suas notas seniores garantidas de primeira prioridade de 2028, 98,02% de suas notas seniores garantidas de 2029, e 94,4% de suas notas seniores garantidas de 2030.
As notas seniores garantidas são dívidas que têm prioridade sobre outras e são respaldadas por garantias. Já os credores encaixados nessa de primeira prioridade passam à frente, recebendo antes de qualquer outra dívida garantida.
Como as notas seniores não garantidas de 2026 não foram incluídas na troca, as classificações delas foram mantidas em 'CCC-'.
"Nos próximos dias, avaliaremos a nova estrutura de capital da empresa e poderemos elevar as classificações", informou a S&P em comunicado.
Fora isso, a Azul também concluiu a emissão de US$ 500 milhões em notas de super prioridade, que terão preferência no pagamento, com vencimento em 2030.
Os títulos foram trocados por novas notas garantidas de primeira prioridade com taxa de 11,9% para 2028, novas notas de segunda prioridade com taxa de 11,5% para 2029, e novas notas com taxa de 10,875% para 2030. Essas novas emissões incluem emendas aos contratos.
Nota-se que os credores dessas notas trocadas tinham posições prioritárias no pagamento, mas, após a reestruturação, parte delas perdeu essa garantia ou passou para uma posição inferior. E como foram criadas novas dívidas de super prioridade, elas agora estão acima das notas antigas na ordem de pagamento.
Uma parte dessa nova dívida poderá ser convertida em ações da empresa, ou seja, os credores podem virar acionistas no futuro.
Todos esses movimentos são considerados pela S&P como medidas de socorro, pois, sem essas trocas, a Azul corria risco de inadimplência convencional ou pedido de falência.
Além de a nova emissão de super prioridade ter preferência de pagamento sobre as notas existentes de 2028, 2029 e 2030, os detentores que não participaram da troca permanecerão com as notas antigas, mas estas se tornarão não garantidas.
Outro ponto é que com as trocas a Azul melhorou sua posição de liquidez e reduziu os riscos de refinanciamento de curto prazo por meio da emissão das novas notas de super prioridade.
Essa emissão fornecerá imediatamente US$ 350 milhões adicionais, além dos US$ 150 milhões já recebidos em 2024 por meio de notas-ponte, que são um tipo de empréstimo temporário usado para cobrir uma necessidade de curto prazo até conseguir uma fonte de financiamento mais estável e de longo prazo.
Vale destacar que a troca inclui a conversão de uma parte das novas notas de 2029 e 2030 em ações, somando-se à conversão de aproximadamente R$ 3,4 bilhões em contratos de leasing (locação ou arrendamento).
A Azul também negociou com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais para obter economias adicionais e melhorar os fluxos de caixa.
No entanto, o nível de alavancagem da empresa permanecerá alto, e o fluxo de caixa livre operacional após pagamentos de leasing continuará pressionado.
A S&P destaca também que um real brasileiro mais depreciado pode adicionar volatilidade aos resultados financeiros da empresa.
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