Ministério Público pede explicações à Azul após cancelamento de voos
MPCE mira o fim da rota direta entre Fortaleza e Juazeiro do Norte
O fim do voo direto entre Juazeiro do Norte e Fortaleza pela Azul Linhas Aéreas é alvo do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que pediu explicações à empresa sobre os motivos que levaram ao cancelamento do trecho.
A repercussão do fim do trecho foi bastante negativa entre os habitantes do Estado, uma vez que para realizar o mesmo trajeto, agora, os passageiros precisam fazer escala em Campinas (SP), ampliando em mais de cinco vezes o tempo da viagem.
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Em nota publicada na manhã desta quarta-feira, 29, o promotor de Justiça Rafael Couto Vieira afirma que "toda empresa tem responsabilidade para com possíveis excessos".
"A Azul cancelou a rota de voo direto, mesmo já tendo ofertado os referidos trechos para a venda, ou seja, a Azul vendeu e depois alterou o trajeto para um percurso extremamente mais dispendioso para parte de seus consumidores. Também nos chama a atenção que voos similares são mantidos pela empresa", acrescenta o promotor.
Rafael ainda compara a movimentação do aeroporto do interior cearense com outros de menor fluxo e critica o fim do trecho que liga o Cariri à Capital.
"Também nos chama a atenção que voos similares são mantidos pela empresa. E mesmo considerando que o aeroporto de Juazeiro do Norte, por exemplo, tem fluxo superior ao aeroporto de Petrolina, a Azul manteve o voo direto entre Petrolina e Recife e cancelou o voo direto entre Juazeiro do Norte e Fortaleza", detalha.
O que o MPCE solicitou?
No inquérito, o MPCE requisitou informações sobre:
- A quantidade de voos diretos entre Juazeiro do Norte e Fortaleza, bem como entre Recife e Petrolina, durante o ano de 2024
- A quantidade de passageiros que já compraram as passagens de forma antecipada para o período em que houve a alteração da rota e o lucro obtido com as rotas
"A finalidade do MP é chegar a uma solução de forma negociável. Contudo, caso sejam comprovadas irregularidades e abusividade na conduta da empresa e desequilíbrio das relações de consumo, será proposta ação coletiva consumerista", finaliza a nota.
O POVO entrou em contato com a Azul e espera resposta sobre os questionamentos do MPCE. Assim que a empresa responder, este texto será atualizado.