Hapvida propõe nova regra para a compra de ações na bolsa de valores
Operadora de saúde quer que o acionista, ao atingir 20% de participação na empresa, faça uma oferta de compra de 100% das ações; tema será votado em assembleia
A operadora de saúde cearense Hapvida NotreDame Intermédica propôs uma nova regra para a compra de suas ações na bolsa de valores (B3). A ideia é que o acionista tenha que fazer uma oferta de compra por todas as ações se atingir 20% de participação na empresa.
A medida, denominada de “poison pill”, foi divulgada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na manhã desta segunda-feira, 27, para apreciação prévia dos acionistas. A proposta será apresentada para análise em assembleia no dia 18 de fevereiro.
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A exigência de uma oferta pública de aquisição (OPA) para a totalidade das ações tem como objetivo proporcionar maior proteção contra possíveis aquisições hostis, dispersões acionárias e liquidez dos papéis, especialmente em caso de surgimento de um novo controlador.
Hoje, a Hapvida é controlada pela família fundadora do negócio: Pinheiro, que detém 36,4% do capital social, enquanto outros 5,1% estão com a empresa norte-americana de investimentos BlackRock. Por outro lado, a maioria das ações está em circulação no mercado (56,7%).
A operadora de saúde vê, assim, o dispositivo alinhado com a prática de mercado, “mitigando riscos associados à pressão excessiva sobre a administração da companhia para que evitem eventuais tomadas de controle”, conforme detalhou na proposta.
O objetivo é assegurar, ainda, que todos os acionistas contem com uma salvaguarda para manutenção da liquidez, sejam tratados de forma igualitária e possam deliberar sobre a dispensa da OPA em casos de exceção, como fusões e aquisições de negócios.
“A companhia entende que a inclusão desta cláusula estimula a realização de operações economicamente eficientes envolvendo a companhia, seus acionistas e potenciais investidores, protegendo os interesses de todos os acionistas”, acrescentou.
Para o economista e conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil), Ricardo Coimbra, o mecanismo serve de proteção para tentar defender o preço da ação e garantir a participação no controle do grupo fundador.
“Se algum controlador chegar e quiser adquirir 20%, agora ele está obrigado a fazer a recompra e fechar o capital. É um mecanismo de barreira e de proteção ao acionista controlador, em função de já haver um número muito significativo de ações negociadas no mercado”, pontuou.
“À medida que você cria esse mecanismo de proteção, você acaba favorecendo os acionistas minoritários, porque ele gera uma proteção para que os preços não caiam de forma tão significativa em um processo especulativo”, complementou o especialista.
Por volta das 11 horas e 12 minutos, as ações ordinárias da Hapvida (HAPV3) negociadas na B3 subiam 3,93%, custando R$ 2,38 cada. Já o Índice Bovespa (Ibovespa) subia 1,07%, a 123.756,76 pontos. Nos últimos 12 meses, o preço dos papéis da empresa caiu 38,97%.
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