Alimentos em Fortaleza têm a 2ª maior alta do País em janeiro

Prévia da inflação atesta um aumento de 1,24%. O percentual ficou atrás apenas de Goiás (1,39%) e é acima da média nacional (1,06%); cenoura foi o produto que mais cresceu

Com aumento de 1,24% na prévia da inflação, a Região Metropolitana de Fortaleza registrou a segunda maior alta do Brasil no grupo alimentação e bebidas em janeiro. O número ficou atrás apenas de Goiás (1,39%) e é acima da média nacional (1,06%).

Ao todo, dos dez itens que mais subiram, oito são do setor alimentício. Porém, o que mais pesou na conta esse mês foi a cenoura, com um crescimento de mais de 30%. Em seguida, aparece o tomate (16,59%) e a cebola (14,49%).

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Veja mais abaixo todos os produtos que subiram ou diminuíram em janeiro.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o economista Ricardo Coimbra, uma das explicações para esse resultado é de que alguns produtos, como o café e o tomate, são produzidos em outras regiões e, como consequência, além da variação do próprio preço do item, há o reflexo do custo logístico.

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"Então, muitas vezes, também ocorre esse impacto adicional de variação de preço. Isso pode estar relacionado com a composição do índice de consumo de Fortaleza em relação a outras capitais, bem como com os itens que mais subiram de preço e que têm origem em outros estados. Quando você observa essa variável, consegue identificar um pouco desse comportamento", explica.

Em relação ao índice geral, o aumento foi de 0,21%. Com isso, Fortaleza apresentou a quarta maior elevação do País. Nos últimos 12 meses, a alta é de 4,36%.

Outro grupo que subiu em janeiro foi o de transportes, puxado pelo crescimento de 4,27% em combustíveis. Por outro lado, o setor de habitação foi o único que apresentou diminuição (-3,41%). O resultado foi impulsionado pela queda de mais de 13% na energia elétrica residencial.

Nesse sentido, o economista avalia que é necessário observar que apenas a política monetária implementada pelo Banco Central, com o objetivo de controlar a inflação, pode não ser suficiente para conter a elevação dos preços, principalmente dos alimentos.

"Isso porque parte dessa inflação é provocada por fatores externos. Esses fatores incluem o dólar, que influencia no maior volume de exportação do setor externo, gerando uma redução na oferta de alimentos no mercado interno. Além disso, há uma precificação acentuada nos produtos importados, tanto no processo produtivo de alguns alimentos quanto nos preços finais desses produtos e alimentos."

Além disso, salienta que, mesmo em um cenário de queda do dólar, a moeda ainda se encontra em um patamar muito elevado. "Se permanecer caindo, pode ser que ajude nos próximos ciclos de inflação. Porém, é necessário que volte, de fato, a um nível mais baixo para que possa ajudar em relação aos preços."

Quais produtos ficaram mais caros em Fortaleza?

  1. Cenoura: 30,9%
  2. Tomate: 16,59%
  3. Cebola: 14,49%
  4. Maracujá: 12,53%
  5. Manga: 9,08%
  6. Hospedagem: 8,73%
  7. Tubérculos, raízes e legumes: 8,66%
  8. Mamão: 8,02%
  9. Carne de carneiro: 6,39%
  10. Livro didático: 5,94%

O que ficou mais barato em Fortaleza?

  1. Energia elétrica residencial: -13,48%
  2. Batata-inglesa: -9,81%
  3. Peixe - palombeta: -5,84%
  4. Contrafilé: -4,86%
  5. Bolsa: -2,73%
  6. Fogão: -2,71%
  7. Fígado: -2,68%
  8. Vestido: -2,41%
  9. Hipotensor e hipocolesterolêmico: -2,38%
  10. Utensílios de metal: -2,33%

Mesmo com índice histórico, prévia não é suficiente para conter alta da Selic

No Brasil, o índice apresentou variação de 0,11% em janeiro de 2025. Ou seja, foi a taxa mais baixa para o mês em toda a série histórica iniciada em 1994, quando foi implementado o Plano Real, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Considerando todos os meses, o resultado foi o mais brando desde julho de 2023, quando houve recuo de 0,07%. Já nos últimos 12 meses, o aumento foi de 4,5%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram resultado positivo em janeiro.

Os números, porém, ainda não suficientes para conter a alta da Selic, segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. 

"A inflação ainda preocupa, apesar da redução nos custos de energia elétrica. A alta nos preços de alimentos e transportes pesa no orçamento das famílias. Esse cenário deve levar o Copom a subir os juros em até 1 ponto percentual na próxima reunião para conter a inflação e evitar sair do planejado."

Nesse sentido, avalia que o governo precisa investir em medidas estruturais que ampliem a oferta e estabilizem os preços a médio prazo.

O grupo alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,06%, seguido de transportes (1,01%). No entanto, o grupo habitação (-3,43%) registrou deflação, ajudando a conter o índice de janeiro. Os demais grupos ficaram entre os 0,72% de artigos de residência e os 0,15% de comunicação.

Além disso, economistas do Banco Daycoval S.A destacaram a alta do núcleo de serviços, o que, portanto acende um alerta para a condução da política monetária pelo Banco Central.

"O movimento ocorreu tanto pela piora dos itens voláteis como passagens aéreas quanto pelos itens mais sensíveis ao ciclo econômico como intensivos em trabalho."

Entrevista com o governador do Ceará, Elmano de Freitas | O POVO News

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