CEO global da Enel encontra Elmano e deve tratar da concessão no Ceará
Flavio Cattaneo não tem outra agenda no Estado e, na conversa com o governador, deve dar destaque aos investimentos prometidos pela empresaAtualizado às 21h47
O italiano Flavio Cattaneo, CEO global da Enel, desembarcou no Ceará nesta quarta-feira, 22, com um único compromisso oficial: se encontrar com o governador Elmano de Freitas (PT).
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No fim da tarde, o governador publicou em suas redes sociais que conversou com a diretoria da Enel “sobre a situação dos serviços ofertados pela companhia no estado e a necessidade de melhorias nos serviços prestados à nossa população A Enel se comprometeu a ampliar fortemente os investimentos no Ceará de forma a garantir esses avanços”.
Cattaneo veio buscar apoio do governador cearense para a renovação da concessão da empresa, a qual tem fim em 2028.
Mesmo sem poder de decisão, Elmano deve exercer influência no processo que passa por reformulação das condições via Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ministério de Minas e Energia (MME).
No último ano, o serviço da Enel no Estado foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
A empresa também foi criticada pelo secretário Hélio Winston (Infraestrutura) devido ao andamento das obras prioritárias do governo a cargo da empresa.
Investimento em destaque
Para atenuar a imagem da Enel no Ceará, Flavio Cattaneo destacou os investimentos prometidos pela companhia no Estado. A distribuidora tinha um plano inicial de investir R$ 4,8 bilhões entre 2024 e 2026.
A lista de melhorias incluía ainda quatro novas subestações, 170 quilômetros de rede de alta tensão e mais 10 mil quilômetros de redes de média e baixa tensão.
Agora, a ideia é investir R$ 7,4 bilhões no triênio 2025-2027.
Mais uma mudança feita no auge da CPI foi no comando da empresa no Ceará. José Nunes Almeida assumiu e reforçou a promessa de melhoria e de prestação de contas dos investimentos.
Contrapontos na mesa
Já Elmano levou os casos de interrupção de energia em momentos críticos para os consumidores. Por dois anos seguidos, a companhia falhou no fornecimento de energia elétrica em praias de grande volume de turistas durante as festas de fim de ano.
A insatisfação do setor produtivo também foi manifestada no último ano, em especial o agronegócio, que tem nas propriedades rurais mais distantes o desafio do acesso à energia elétrica.
Soma-se a isso a exigência do Estado em uma série de obras prioritárias para o setor e que estão sob a responsabilidade da Enel por razões contratuais da concessão. O mais recente exemplo disso é a internalização da fiação da Avenida Desembargador Moreira.
Modelo nacional
Mesmo insatisfeito com a prestação de serviço de distribuição de energia pela Enel, o Ceará é considerado modelo de concessão do setor pelos órgãos federais.
O principal diferencial é o Programa de Investimentos Especiais em Energia Elétrica (PIE), estabelecido ainda quando a Companhia Energética do Ceará (Coelce) foi privatizada.
No modelo, o Estado criou o PIE, no qual "obriga a distribuidora de energia no estado a aplicar em investimentos especiais de interesse do Estado do Ceará o percentual de 1% de seu faturamento líquido de venda de energia elétrica do ano anterior."
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