Pesquisa revela que 67% acreditam que governo taxaria o Pix
Norma da Receita Federal gerou desinformação, levando à revogação após forte pressão
18:18 | Jan. 18, 2025
Pesquisa Quaest realizada entre os dias 15 e 17 de janeiro de 2025 revelou que 67% dos brasileiros acreditam que o governo cobraria taxas sobre o Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado em 2020.
A polêmica começou após a publicação de uma norma da Receita Federal em setembro de 2024, que passou a vigorar no início deste ano. A medida ampliava o número de instituições obrigadas a informar movimentações financeiras superiores a R$ 5 mil, incluindo operações feitas via Pix.
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Confusão e desinformação
Segundo o governo, o objetivo da norma era combater crimes financeiros e sonegação de impostos. No entanto, a medida gerou confusão e alimentou desinformação nas redes sociais, sendo rapidamente explorada pela oposição.
Em um vídeo que alcançou mais de 300 milhões de visualizações, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alegou que, embora o Pix não estivesse sendo taxado, ele “não duvidava que isso pudesse ocorrer”.
A repercussão foi tamanha que o governo revogou a norma no dia 15 de janeiro e publicou uma medida provisória proibindo qualquer taxação do Pix. Mesmo assim, a imagem do governo foi impactada, com parte da população temendo uma possível cobrança.
Impacto nas redes sociais
A polêmica destacou a dificuldade do governo Lula em lidar com a desinformação nas redes sociais. Sidônio Palmeira, novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), classificou a desinformação como “o grande mal da humanidade” e reconheceu falhas na comunicação governamental.
O governo tentou reagir com pronunciamentos oficiais e ações simbólicas, como um vídeo de Lula realizando um Pix. Contudo, a resposta não foi suficiente para conter os danos causados.
Desinformação no campo econômico
A polêmica em torno do Pix também reforçou os debates sobre a regulamentação das redes sociais, um dos objetivos do Executivo para conter fake news e discursos de ódio em plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram.
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