Sem PPI, preços da Petrobras fecharam 2024 com queda superior a 20% ante 2022

Variação de preços nas refinarias da estatal encerraram o ano passado com médio menor do que o extinto preço de paridade internacional

17:12 | Jan. 03, 2025

Por: Samuel Pimentel
REFINARIA Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) (foto: FCO FONTENELE)

Ano de consolidação de uma nova política de preços para os combustíveis, 2024 fechou com queda de mais de 20% nos preços da Petrobras em relação à política de preços de paridade internacional (PPI), extinta em 2022.

Os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP) praticados pelas refinarias da estatal encerraram o ano passado abaixo dos patamares registrados em 31 de dezembro de 2022.

O diesel - combustível essencial para o transporte de cargas no País - foi o que apresentou a maior diferença, com queda de 21,6%. O comparativo leva em consideração os preços das refinarias da Petrobras com as refinarias privatizadas, da Acelem, na Bahia, e do grupo Atem, no Amazonas.

Em 31 de dezembro de 2024, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras foi R$ 3,549, ante os R$ 4,527 no último dia de 2022.

No mesmo período, o preço na refinaria da Acelem diminuiu 13,1% e na refinaria do grupo Atem o recuo foi de 14,3%.

No caso da gasolina, a queda de preço nas refinarias foi tímida, de 0,9%, com o litro custando R$ 3,055. Já na refinaria da Acelem subiu 0,3% e na do grupo Atem houve alta de 4,8%.

Já em relação ao GLP, a Petrobras reduziu em 16,9% o patamar de preços em relação ao fim de 2022. O botijão de GLP processado nas refinarias da estatal encerrou o ano custando R$ 34,949.

No mesmo recorte, o produto produzido pela Acelem ficou em R$ 55,814, ou seja, uma alta de 2,6% em relação ao fim de 2022.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, avalia que a queda da PPI foi uma grande conquista, possível após a luta dos trabalhadores e a retomada do papel da Petrobras como indutora do desenvolvimento econômico e social do País.

"A promessa de campanha do presidente Lula de abrasileirar os preços dos combustíveis foi cumprida pela Petrobrás, empresa que deu importante contribuição para frear a volatilidade do mercado, oferecendo preços dos combustíveis mais baixos que há dois anos, quando prevalecia a famigerada política do PPI)", afirma.

Elaborador do levantamento de dados, o economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção Fup), o impacto poderia ser maior no preço ao consumidor final.

"Apesar da importante contribuição da Petrobrás ao controle da inflação dos combustíveis em 2024, a atuação da empresa é limitada, pois, com a privatização da BR Distribuidora, a empresa não chega mais ao consumidor final de derivados", destacou Cararine, com base em dados de relatórios divulgados pelas empresas.

A Petrobras já adiantou ao mercado que busca alternativas de participação no mercado de distribuição, com a venda de derivados especiais para grandes consumidores, como o diesel coprocessado com óleo vegetal e combustível marítimo (bunker) renovável.

A FUP defende, contudo, a retomada da Petrobras na cadeia de distribuição de derivados.

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