Brasil atinge recorde histórico de demissões voluntárias em 2024; entenda

O movimento, na visão da empresa de tecnologia e soluções para RH Caju, é impulsionado pela alta oferta de vagas no mercado

O Brasil atingiu um recorde histórico de demissões voluntárias em 2024, com quase 8,5 milhões de trabalhadores optando por deixar seus empregos, segundo análise da LCA Consultores. 

O movimento, na visão da Caju, empresa de tecnologia e soluções para RH, é impulsionado pela alta oferta de vagas no mercado e destaca a crescente competitividade entre empresas para atrair e reter pessoas qualificadas.

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Nesse cenário, os benefícios corporativos têm se consolidado como um fator decisivo na satisfação e retenção dos profissionais. A pesquisa conduzida pela companhia revela que 85% dos colaboradores concordam que os benefícios oferecidos influenciam diretamente sua satisfação.

Para Lucas Fernandes, diretor de recursos humanos da Caju, a oferta é uma ferramenta estratégica para as organizações se diferenciarem em um mercado cada vez mais competitivo.

"Investir em benefícios não é apenas uma questão de atratividade, mas de criar um ambiente em que os colaboradores se sintam valorizados e engajados, reduzindo a rotatividade e aumentando a produtividade", comenta.

Escolaridade e faixa etária 

Já em outro levantamento conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) foi revelado que, de janeiro a setembro de 2024, houveram 6,5 milhões demissões, com a taxa atingindo 36,6% do total. O número representa um aumento expressivo em relação ao ano passado (5,6 milhões).

Também foram analisados quatro aspectos demográficos: escolaridade, faixa etária, região e gênero. Considerando a composição educacional, observa-se que todos os grupos apresentaram crescimento acima de 10% entre 2023 e 2024.

O maior crescimento percentual foi entre os trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto, que obteve alta de 17,6% em relação ao acumulado de janeiro a setembro de 2023 e registrou o maior número absoluto de desligamentos, com 4,44 milhões em 2024.

Trabalhadores com ensino fundamental completo ou médio incompleto também tiveram um aumento expressivo no acumulado deste ano em relação ao do ano anterior (15,9%).

No recorte por faixa etária, embora as demissões a pedido tenham crescido 29,9% entre os com 17 anos ou menos, esse grupo detém o menor número absoluto de demissões e consequentemente a menor participação.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, o total de desligamentos passou de 1,6 milhão no acumulado de 2020 para 1,91 milhão em 2024, ou seja, registrou um crescimento de 15,3%.

A segunda faixa com maior valor absoluto é a de 30 a 39 anos. As demissões a pedido nesse grupo passaram de 1,5 milhão em 2023 para 1,74 milhão em 2024, o que representa uma alta de 14,2%.

Preferências e expectativas dos trabalhadores

A pesquisa, que entrevistou 524 funcionários CLT de diversas regiões do Brasil, também trouxe insights importantes sobre as preferências e expectativas dos profissionais em relação a demissões.

Entre os dados mais expressivos, destaca-se que 51% dos homens estariam dispostos a aceitar um salário menor em troca de benefícios mais atrativos. Já entre as mulheres, 76% afirmaram considerar os benefícios oferecidos pela empresa como um critério decisivo para aceitar uma oferta de emprego.

Esses números reforçam a necessidade de empresas repensarem suas estratégias de atração e retenção de talentos, indo além do salário.

Alinhado ao cenário de demissões recordes no Brasil, outro recente levantamento da Caju revela que a geração Z, formada por jovens entre 24 e 28 anos, lidera as trocas frequentes de emprego no país – com 22% dos trabalhadores com um ano ou menos em seus empregos no ano passado, o maior percentual desde 2006.

Por fim, 56% dos profissionais da GenZ afirmam que preferem deixar o emprego se isso interferisse em suas vidas pessoais.

Entrevista com o governador do Ceará, Elmano de Freitas | O POVO News

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