Setor de transporte internacional de cargas teme atraso de entregas com alongamento de greve
Auditores fiscais entraram em operação-padrão no último dia 26 de novembro e pressionam o governo federal pela negociação de reajuste no vencimento básico
16:09 | Dez. 09, 2024

A greve dos auditores fiscais que vai completar duas semanas nesta terça-feira, 10, está trazendo preocupação ao setor de transporte internacional de cargas, que aponta preocupação com atraso na liberação de mercadorias nas alfândegas do País.
Desde o último dia 26, a categoria adotou operação-padrão, alternando entre liberações no dia seguinte aos voos de transporte de carga e liberações após sete dias. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas (Abraec), antes da greve, “essas remessas expressas importadas eram liberadas no mesmo dia da chegada dos voos”.
Segundo nota da Abraec, “o acúmulo de mercadorias nos armazéns, que já operam próximos à capacidade máxima, tem elevado os custos com segurança, armazenagem e mão de obra”. a presidente da entidade Mirele Maustchke pontua que a greve se dá “no ápice da movimentação sazonal, e qualquer paralisação neste momento gera frustração para consumidores e prejuízos para empresas de diversos setores, como tecnologia, aviação civil e têxtil”.
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Conforme o diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM), Rodrigo Marinho, “o impacto gerado neste momento, após a Black Friday e às vésperas do Natal, compromete não apenas negócios, mas também a experiência do consumidor final. É preciso garantir o retorno pleno das atividades essenciais da Receita Federal.”
Já o presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM) e deputado federal, Luiz Phillipe Orleans Bragança (PL-SP), disse que “os atrasos não se limitam a produtos de alto consumo; eles também afetam mercadorias essenciais, como medicamentos controlados, kits laboratoriais e peças industriais indispensáveis”.
Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) classificou como “intransigente” a postura do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) em torno do pleito da categoria de recomposição das perdas salariais e afirmou que o impasse comprometerá o combate às fraudes fiscais.
Em manifesto direcionado ao ministério da Fazenda, Fernando Haddad, e ao secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, auditores-fiscais disseram que suspenderam “projetos sistêmicos em áreas estratégicas, bem como os projetos de enfrentamento de fraudes tributárias bilionárias que inviabilizam a concorrência”.