Trabalhadores da Pepsi e da Elma Chips aprovam greve contra a jornada 6x1
Decisão pode impactar duas fábricas da empresa, em Itaquera e Sorocaba. Sindicato propôs modelo de jornada espanhol. Justiça faz mediação das negociações entre a empresa e o sindicatoO debate sobre a jornada 6x1 (na qual seis dias são de expediente e um de descanso) tomou outra proporção nesta semana quando os trabalhadores da PepsiCo decidiram por uma greve contra os regimes 6x1 e 6x2 implantados nas fábricas.
A empresa é responsável pela produção do refrigerante Pepsi, dos salgadinhos Elma Chips (Doritos, Ruffles e Cheetos), da Aveia Quaker e também do achocolatado Toddy.
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A decisão pela greve aconteceu na assembleia realizada no domingo, 25 de novembro, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp), que representa os funcionários, nas unidades de Itaquera e Sorocaba, ambas em São Paulo.
Sindicato propõe modelo espanhol
"O Stilasp é contra as jornadas 6x1 e 6x2, nossa luta é para que todos trabalhadores tenham qualidade de vida e saúde mental", diz o informe do Sindicato.
Em contraproposta, os trabalhadores propuseram o modelo de jornada de trabalho espanhol. Neste regime, a carga horária média é de 40 horas semanais, com horários flexíveis. Todavia, não foi aceito.
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As negociações em Itaquera são mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), em São Paulo. Em audiência realizada dia 26 de novembro, ficou acertada uma "cláusula de paz", "que prevê a suspensão da greve até a data da próxima audiência a ser realizada em 2 de dezembro de 2024."
Em relação aos trabalhadores da planta de Sorocaba, diz o Sindicato, haverá uma audiência no TRT-15 nesta quarta-feira, 27 de novembro, às 16 horas.
O que a PepsiCo diz sobre a greve?
Ao O POVO, a PepsiCo afirmou que "permanece aberta ao diálogo com seus colaboradores e representantes sindicais em busca de soluções equilibradas para todas as partes, reafirmando o seu cuidado e compromisso com as pessoas com base em relações éticas e responsáveis que sempre orientam as suas decisões."
Em nota, a empresa informou que gera "cerca de 12 mil empregos diretos e 44 mil indiretos no país" e disse reconhecer "a importância de seu papel socioeconômico e reafirma o respeito ao direito legítimo dos trabalhadores de se manifestarem".
"A empresa esclarece que cumpre rigorosamente as leis do país e, ainda que em discussão no Congresso, a jornada 6x1 está de acordo com a legislação brasileira em vigor", completa.
Deputada apoia movimento
Responsável por dar início ao mais recente debate sobre o fim da jornada de trabalho 6x1 no Congresso Nacional, a deputada Erika Hilton (PSol-SP) apoiou o movimento liderado pelo Stilasp.
Nas redes sociais, ela afirmou que "a justificativa da empresa, de que o fim da escala 6x1 causaria 'ociosidade' e 'ineficiência' aos trabalhadores, é ridícula e ofensiva."
"A empresa recebeu mais de R$ 45 milhões dos nossos impostos em benefícios fiscais só até agosto e lucrou cerca de 10 bilhões de reais só na América Latina até setembro, com o Brasil sendo sua principal operação", acrescentou.
Para a deputada, a PepsiCo "tem plena capacidade" de oferecer aos seus funcionários uma proposta melhor do que apenas um sábado de folga compensada com banco de horas por mês."
PEC do fim da escala 6x1 atinge 194 assinaturas; veja quais deputados assinaram l O POVO NEWS
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