Ceará tem 3º maior saldo de empregos formais do Nordeste, aponta Caged

Estado gerou 3.187 postos de trabalho com carteira assinada, em outubro, ficando atrás de Pernambuco e Alagoas na região. Indústria teve melhor desempenho

O Ceará registrou o terceiro melhor saldo de empregos formais (com carteira assinada) do Nordeste, em outubro deste ano, com 3.187 postos de trabalho criados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta quarta-feira, 27.

Ao todo, foram 53.756 admissões ante 50.569 desligamentos no período. O maior destaque foi a indústria, que teve saldo de 1.453 novos empregos formais (no ano, o saldo positivo acumulado é de 15.431 novas vagas), seguido pelo comércio, que gerou um pouco menos, 1.422 novos postos de trabalho.

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Serviços e agronegócio também tiveram saldos positivos, de 1.002 e 349 vagas criadas em outubro, respectivamente.

Para o gerente do Observatório da Indústria Ceará, Guilherme Muchale, “esse resultado reflete o bom momento do setor industrial, que tem como crescimento na renda da população e o crescimento dos investimentos públicos e privados como principais fatores para o comportamento positivo, além do momento histórico de redução dos juros que vinham a acontecer”.

O resultado do mercado de trabalho, contudo, foi o segundo mais fraco do ano, ficando atrás apenas do verificado em janeiro, quando foram gerados 1.382 novos empregos com carteira assinada e também representa uma queda de 67,3% em relação a setembro de 2024 e de 46,7%, na comparação com outubro do ano passado.

O destaque negativo foi o setor da construção civil, que perdeu 1.039 postos de trabalho em outubro, puxando o desempenho geral para baixo. Apesar do número negativo, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará(Sinduscon-CE), Patriolino Dias, avalia que a queda foi pontual e destaca que no acumulado do ano, o setor gerou 5.016 novos postos de trabalho.

"A gente gerou, de janeiro até setembro, seis mil novos postos de trabalho. Claro, que a gente sempre quer estar empregando mais. Às vezes, temos perda de vagas em outubro, porque no fim do ano você não tem mais muita coisa para entregar. Não é uma situação que cause maiores preocupações para o segmento. Esperamos retomar as contratações em novembro e dezembro, já que tivemos muitos lançamentos este ano e muitas obras estão começando", pontuou Patriolino.

Já o secretário do Trabalho do Ceará, Vladyson Viana, lembrou ainda que “os postos fechados na construção civil são, majoritariamente, de obras públicas de infraestrutura. É natural que, quando você tem obras, mobiliza-se uma grande força de trabalho no início, e, quando elas se encerram, você desmobiliza essa força de trabalho. Além disso, esses fechamentos estão muito fragmentados em vários municípios, que, até para se adequar, estão fazendo o fechamento de gestão”.

Por outro lado, ele destacou o papel de crescimento do emprego na indústria. “A indústria de transformação, principalmente a calçadista, gerou mais de 1.400 postos, o que é um dado importante. Na verdade, ultrapassamos os 15 mil postos de trabalho gerados na indústria só em 2024. Então, é importante ressaltar o crescimento da indústria, que está diretamente ligado a uma política de desenvolvimento econômico”, concluiu o secretário.

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