Brisanet conquista 126,5 mil novos clientes na rede móvel, mas lucro é 49% menor

Companhia atribui queda no lucro aos custos e despesas relacionados à expansão da rede móvel; cerca de mil funcionários foram contratados

A Brisanet, empresa cearense de telecomunicações, conquistou 94,4 mil novos clientes na rede móvel de tecnologia 4G e 5G, com adição de 51 cidades no terceiro trimestre de 2024. Outros 32 mil foram adicionados em outubro, totalizando 126,5 mil novos consumidores.

Todavia, o lucro líquido da empresa foi 49,8% menor no ano a ano, registrando R$ 15,9 milhões no terceiro trimestre, cujo motivo esteve relacionado aos custos e despesas da expansão do segmento móvel, de 133 para 184 cidades, com cobertura de 9,2 milhões de pessoas.

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A rede móvel, no total, passou de 128,4 mil clientes no segundo trimestre para 222,8 mil no terceiro trimestre, o qual refere-se aos meses de julho, agosto e setembro de 2024. Ao se considerar também o mês de outubro, a companhia já registrava 254,9 mil clientes.

Os analistas Thiago Alves Kapulskis e Maria Clara Infantozzi, do Itaú BBA, veem o trimestre como neutro e com sinais mistos. Isso porque veem uma pressão já esperada no segmento móvel, dado o intervalo de tempo para capitalizar os investimentos realizados.

“A companhia está em um momento de investimentos intensivos em capital, o que demandará tempo para se traduzir em retornos. (...) Nesse sentido, a administração indicou que as adições líquidas no 5G devem se normalizar nos próximos meses”, complementaram.

Banda larga

Além disso, cerca de 40,2 mil novas residências se conectaram à banda larga do segundo para o terceiro trimestre, totalizando alta de 3% e 1,4 milhão de casas. Na base de comparação anual, foram 144,3 mil adições, com um crescimento de 11%.

Especificamente em outubro, foram adicionados, ainda, 13,9 mil clientes à banda larga. Destes, 10,1 mil eram de fibra óptica às residências (FTTH, em inglês) e 3,7 mil de acesso fixo sem fio (FWA, em inglês).

A empresa afirmou que está avançando em capitais e regiões metropolitanas, com participação de mercado (market share, em inglês) superior a 22% em Fortaleza e Aracaju no mês de setembro, enquanto Natal, Maceió e João Pessoa ficam entre 50% a 66%.

Dentre as residências na área de cobertura, onde os serviços estão disponíveis para contratação, houve um crescimento anual de 2%, totalizando 7 milhões de casas no terceiro trimestre. Foram 110,4 mil adições no ano a ano e 24,7 mil entre os trimestres.

Mil novos funcionários

A companhia destacou um crescimento significativo nos custos com pessoal, de R$ 7,5 milhões, com expansão das equipes a partir do segundo semestre de 2023. Cerca de mil funcionários foram contratados nos últimos 12 meses, 600 deles somente no Ceará.

Isso inclui pessoal de apoio nas áreas de call center, tecnologia da informação e telefonia, áreas diretamente relacionadas ao início das operações móveis. A empresa conta com um quadro de 8,5 mil funcionários no total e mais de 5 mil estão no Estado.

Custos, despesas e financiamentos

Os custos com serviços prestados pela Brisanet foram de R$ 213 milhões no terceiro trimestre de 2024, com um aumento anual de 27,5%, já que em igual período do ano passado o montante era de R$ 167,1 milhões.

A empresa tem focado em oportunidades de financiamento de longo prazo com taxas pré-fixadas em bancos de fomento. Em outubro, por exemplo, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação (BNDES Fust) aprovou R$ 200 milhões em recursos.

“Estes tipos de financiamento são uma fonte muito competitiva de recursos e temos outros projetos sendo analisados junto a esse e a outros bancos de fomento”, ressaltou a companhia, citando, ainda, foco na expansão das vendas e receitas do 5G.

A dívida líquida da Brisanet ficou em R$ 1 bilhão no terceiro trimestre. No final de 2023, o montante estava em R$ 745,7 milhões. A maior parte dos recursos está aplicada em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), de acordo com a empresa.

“Considerando os financiamentos, as debêntures e o arrendamento no terceiro trimestre, mais de 75% do endividamento da companhia tem vencimento após 2027”, acrescentou a Brisanet, citando como impactos na dívida líquida, também, as emissões de debêntures.

Destaques operacionais

A receita líquida da empresa foi de R$ 364,7 milhões no terceiro trimestre, com crescimento anual de 17% e trimestral de 5%. No acumulado do ano, o montante alcançou R$ 1 bilhão. A Brisanet atribui os dados ao aumento da taxa de ocupação, que ficou em 30%.

Houve, também, um aumento de receitas provenientes do setor B2B (entre negócios, na tradução do inglês), além de crescimento no número de assinantes na área de streaming. “Essas duas variáveis desempenharam um papel fundamental no desempenho positivo.”

Um dos principais indicadores do mercado financeiro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) foi de R$ 149,5 milhões entre julho e setembro, com margem Ebitda ajustada de 41%, 2,6 pontos percentuais (p.p.) abaixo do último ano.

“A queda de margem é reflexo do início da operação móvel (4G/5G), como aconteceu com o negócio de FTTH (fibra óptica às residências) durante o período de investimento mais intenso em 2022, já que parte dos custos de operação são fixos e serão diluídos com o aumento gradativo da base de clientes”, detalhou.

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