Corte de taxas de juros em dezembro não está garantido, diz presidente do FED de Boston
A presidente do Federal Reserve (Fed) de Boston, Susan Collins, afirmou que outro corte nas taxas de juros americana em dezembro "certamente está na mesa, mas não está garantido". Ela disse que o banco central dos EUA pode eventualmente precisar diminuir o ritmo de redução dos juros e ponderou que é cedo para afirmar se isso ocorrerá na reunião do próximo mês. "Há mais dados que veremos entre agora e dezembro, e teremos de continuar pesando o que faz sentido", disse em entrevista ao The Wall Street Journal ontem (14).
A próxima reunião do Fed ocorre entre 17 e 18 de dezembro. Na sua última decisão, o Fed cortou suas taxas de juros em 25 pontos-base. Os dirigentes devem avaliar os dados de inflação e emprego de novembro antes da reunião. Também em declarações ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os dados de inflação de outubro foram um pouco mais firmes do que o esperado.
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Já Collins afirmou que não viu nenhuma evidência de que a inflação estivesse aumentando, alinhando-se à uma visão expressada por Powell na semana passada. Ambos sugeriram que a recente rigidez da inflação tem sido um efeito de "recuperação" de grandes aumentos de preços dos últimos anos, como os custos do seguro de automóveis. "Até onde posso dizer, não vejo evidências de novas pressões de preços", disse Collins. A inflação mais firme nos últimos meses reflete, segundo ela, "os efeitos da dinâmica de longo prazo de choques anteriores".
Collins disse também que apoiou os dois últimos cortes nos juros feitos pelo banco central norte-americano. "Chegaremos a um ponto em que será apropriado sentir nosso caminho mais lentamente e com mais cautela", disse. Para ela, seria apropriado continuar reduzindo os juros para uma faixa dita "neutra" que não estimula nem desacelera a atividade econômica, após mais de um ano em que o Fed manteve as taxas em uma configuração restritiva.
Collins avaliou que a política monetária atual do país ainda é restritiva. "Não vejo argumento para manter uma política restritiva quando não há evidências de novas pressões de preços, e a antiga dinâmica talvez esteja se resolvendo de forma desigual e gradual ao longo do tempo", apontou. Fonte: Dow Jones Newswires
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