Produção industrial do Ceará registra o pior desempenho do Brasil em setembro

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quinta-feira, dia 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A produção industrial do Ceará registrou o pior desempenho do Brasil em setembro, com uma diminuição de 4,5% em comparação com o mês imediatamente anterior. O índice foi 5,6 pontos percentuais (p.p.) abaixo do nacional.

Os dados são da série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quinta-feira, dia 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, tanto no acumulado do ano quanto no período dos últimos 12 meses, em relação a 2023, a produção do Estado foi a segunda maior do País, com um crescimento de 8,7% e 7,3%, respectivamente. Em ambos os casos, o Ceará ficou atrás apenas do Rio Grande do Norte.

Já, no que concerne aos valores trimestrais (julho, agosto e setembro), o indicador cearense se manteve estável (0%), valor igual ao observado nacionalmente. Enquanto que na comparação com setembro de 2023, a produção teve um acréscimo de 7,1%.

Dos 12 segmentos industriais cearenses incluídos na PIM, em apenas quatro a produção caiu no acumulado do ano no comparativo com o mesmo período do ano passado.

A queda mais expressiva é observada na fabricação de produtos químicos (-19,2%) e na fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,2%).

Os outros decréscimos foram de 1,4%, na fabricação de produtos alimentícios e na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis.

Por outro lado, entre os segmentos que cresceram, os maiores destaques foram:

  • Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: 30,7%
  • Fabricação de produtos têxteis: 25,4%
  • Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos: 25,2%

Já em relação a setembro de 2023, o resultado foi parecido, com recuo em quatro e alta em oito.

Confira as altas no período:

  • Fabricação de produtos têxteis: 54,9%
  • Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: 19,6%
  • Fabricação de produtos químicos: 16,4%
  • Confecção de artigos do vestuário e acessórios: 16,2%
  • Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos: 15,3%
  • Fabricação de produtos de minerais não-metálicos: 10,7%
  • Indústrias de Transformação: 7,1%
  • Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis: 1,8%

Confira as baixas no período:

  • Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos: -22,1%
  • Metalurgia: -14,9
  • Fabricação de produtos alimentícios: -5,6%
  • Fabricação de bebidas: -0,3%

Atividade industrial no Brasil

A produção industrial do Brasil cresceu 1,1% na passagem de agosto para setembro. Porém a pesquisa mostrou que apenas sete dos 15 locais investigados seguiram a tendência do País e tiveram altas.

Os avanços mais acentuados foram no Espírito Santo (2,4%), Goiás (2,4%), Santa Catarina (2,3%) e Rio Grande do Sul (1,9%).

Já Ceará (-4,5%), Amazonas (-3,1%) e Pernambuco (-2,6%) apontaram os recuos mais intensos.

O analista da pesquisa, Bernardo Almeida, destaca que esse crescimento “reflete um movimento compensatório”, já que com a alta de setembro (1,1%) e a de agosto (0,3%), a indústria recupera a queda que ocorreu em julho (-1,3%).

“Este resultado também se explica pela melhora no mercado de trabalho, com menor desemprego e, portanto, maior consumo e renda disponível das famílias, aumentando a demanda, cujo efeito recai diretamente sobre a produção industrial”, acrescenta.

Bernardo ainda comenta sobre a indústria cearenses, que teve a maior queda, com destaque para os setores de produtos químicos e o setor de artefatos do couro, artigos para viagem e calçados, pois “esse recuo no Ceará vem após três meses de resultados positivos, com ganho de 5,7% no período”.

Na comparação com setembro de 2023, a indústria avançou 3,4% e as taxas positivas foram verificadas em 14 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve alta de 2,6%, com 17 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos, situação também observada na junção dos meses de janeiro a setembro.

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