Fortaleza terá novo superprédio a custo médio de R$ 4,8 mi por unidade

Em fase de pré-lançamento, o edifício, a ser construído na Avenida Beira Mar, terá 55 andares, sendo 47 deles com apartamentos. VGV de R$ 676 milhões e previsão é de que obras iniciem em até dois anos

14:47 | Nov. 07, 2024

Por: Adriano Queiroz
João Fiuza, presidente da Diagonal, apresentou ainda no 1º semestre de 2024 alguns dos prédios de alto padrão que a construtora está erguendo em Fortaleza (foto: Davi Probo/ Diagonal Engenharia)

A cidade de Fortaleza ganhará um novo superprédio de alto padrão em meados de 2032, com 55 andares, sendo 47 residenciais, mais precisamente na Avenida Beira Mar, no bairro do Meireles.

Ao todo, serão 141 apartamentos, sendo três por andar a custo médio de R$ 4,8 milhões e Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 676 milhões. 

O empreendimento, intitulado Q Tower, está sendo projetado pela Diagonal Engenharia, que apresentou com exclusividade ao O POVO, detalhes sobre o projeto, cujas obras devem ser iniciadas em até dois anos e durar cerca de seis anos.

O prédio deve igualar em altura, a atual maior edificação da Capital, ou seja, 170 metros, mas será menor que o Ivens Monumental, da própria Diagonal, que deve ter 175 metros quando estiver pronto, e o Wave Beira Mar, da Dasart, com 172 metros.

Conforme o fundador do grupo imobiliário João Fiúza, a ideia é que o preço por unidade seja mais acessível que a média dos empreendimentos de porte semelhante, que podem chegar a R$ 10 milhões por unidade.

“Esse ticket médio será para apartamentos de 220m². Na Beira Mar, a maioria dos prédios da região são acima de 300m² até 600m². Assim, conseguimos ampliar um pouco mais a base da pirâmide e abrir oportunidades para pessoas comprarem apartamentos na Beira Mar, que sempre é um desejo da classe média alta, em busca de apartamentos bem localizados”, destaca Fiúza, pontuando que o edifício “terá uma arquitetura extremamente diferenciada, moderna, mas com estética simples”.

Nesse sentido, ele explica que “cada andar terá uma aba, numa variação de um lado. Serão três apartamentos por andar: dois voltados para a frente, em direção ao mar, e um apartamento para o lado nascente. Todos os apartamentos a partir do 20º andar terão vista para o mar. A fachada frontal terá essas abas com movimentação, dando a impressão de uma onda”, acrescentando que “o prédio contará com jardins suspensos ao nível da Beira Mar”.

“O edifício terá um heliponto e uma academia no rooftop, com uma vista de 360 graus. Apesar de ser um prédio com três apartamentos por andar, na verdade, serão três torres geminadas com elevadores independentes. Cada torre terá halls e dois elevadores sociais privativos. O hall de serviço será comum entre as torres e contará com elevadores de alta velocidade. No total, o prédio terá oito elevadores”, prossegue.

“Um dos destaques desse prédio será a piscina de borda infinita com fundo de vidro, que criará um efeito de iluminação à noite, como se fosse uma grande luminária jogando luz na área de embarque e desembarque do prédio, semelhante a um grande lobby de hotel”, detalha João Fiuza.

Momento do mercado imobiliário

Além da tendência crescente da construção de superprédios, João Fiuza, fundador da Diagonal avaliou o atual momento do mercado imobiliário como muito promissor, a despeito das recentes mudanças nas regras de financiamento promovida pela Caixa.

“O segmento econômico é, especialmente promissor, pois há um foco do governo federal em cima do financiamento de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Por outro lado, se você entra em um projeto de empresa para comprar um apartamento, pode financiar até 80%, enquanto se compra um imóvel isolado da Caixa tem o crédito limitado a 50%”, lembra.

“Entretanto, a taxa de juros é uma preocupação. Altas taxas de juros afetam a construção civil e podem fazer com que as pessoas migrem para o mercado financeiro, em vez de trabalhar no setor produtivo. O segmento de luxo também tem seu mercado, mas é mais restrito e exige cautela. No segmento de altíssimo luxo, o perfil do comprador é mais sólido, pois esses compradores têm uma capacidade de investimento maior, independentemente da situação econômica do País”, observou.

Ele também comentou na entrevista ao O POVO, declaração do prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), sobre a implantação de um polo hoteleiro na Praia do Futuro, a partir do movimento que parte do trade turístico já vem fazendo, e eventuais impactos para o setor da construção civil.

“Os preços dos terrenos na Beira-Mar subiram tanto que, ao calcular o preço da diária em relação ao ativo, muitos empresários do setor hoteleiro percebem que não é viável manter um hotel lá e preferem investir na Praia do Futuro”, conclui.

O que é um superprédio

Superprédio é uma designação que vem sendo utilizada para definir edifícios com altura maior que 72 metros, estabelecida pelo Plano Diretor de Fortaleza, que está em processo de revisão, mediante pagamento de outorga onerosa.

O limite máximo de altura para essas construções é definido pelo Comando Aéreo Regional (Comar), a depender da distância do Aeroporto e das rotas aéreas. Esse teto para edificações varia de acordo com a distância entre determinada região e o aeroporto de uma cidade.

Os valores pagos pelas construtoras à Prefeitura de Fortaleza a título de outorga onerosa são destinados ao Fundo de Desenvolvimento Urbano de Fortaleza (Fundurb), destinado à aplicação em políticas públicas de habitação, obras de cunho social e melhorias urbanas.

Mundo afora, essas edificações com mais de 100 metros ficaram conhecidas ainda na primeira metade do século XX como arranha-céus. Atualmente, o maior edifício de Fortaleza é o One Residencial, com 170 metros de altura.

Em termos nacionais, o maior prédio do Brasil mede 290 metros e fica em Balneário Camboriú (SC). Já o maior arranha-céu do mundo é o Burj Khalifa que fica em Dubai nos Emirados Árabes, medindo imponentes 828 metros. (Colaborou Cláudio Ribeiro)

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