Fim de ano: 84% dos empresários do setor de bares e restaurantes esperam alta nas vendas

Segmento de alimentação fora do lar demonstra confiança também no aumento de contratações durante os meses de novembro e dezembro, conforme pesquisa da Abrasel no Ceará

Um número expressivo de empresários do segmento de alimentação fora do lar no Estado, mais precisamente 84%, espera ter aumento de vendas em novembro e dezembro deste ano, conforme pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) com exclusividade ao O POVO.

Segundo o levantamento feito pela entidade, outros 12% esperam manter o mesmo patamar de vendas registrado nos meses de novembro e dezembro de 2023 e apenas 4% disseram acreditar que vão ter queda nas vendas nos dois últimos meses do ano de 2024.

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As expectativas são positivas também quanto ao aumento no número de contratações. Cerca de 42% dos empresários pesquisados disseram que devem empregar mais profissionais no período, 50% que vão manter o mesmo quadro de funcionários e apenas 8% têm a intenção de demitir colaboradores até dezembro.

Quanto aos resultados de setembro, os mais recentes disponíveis, 34% das empresas do setor registraram lucro e outras 37% ficaram em situação de equilíbrio. Por outro lado, 29% registraram prejuízo naquele mês.

O percentual de empresas que não conseguiram reajustar os preços de seus respectivos cardápios nos últimos 12 meses foi de 37%. Parte da explicação está no endividamento ainda elevado do segmento. Cerca de 51% dos empresários entrevistados admitiram que têm dívidas em atrasos relativos aos seus negócios.

Nesse quesito, as dívidas com impostos federais predominam, atingindo 80% das empresas com débitos em atraso, seguidas pelas relativas a impostos estaduais, que atingem 54% dos empreendimentos endividados no segmento, e pelas relacionadas a empréstimos bancários, que correspondem a 41% deste universo, conforme o levantamento.

Para o presidente da Abrasel-CE, Taiene Righetto, grande parte desse endividamento foi contraído ainda durante a pandemia de Covid-19, que durou aproximadamente dois anos. “Isso ainda é um grande peso. Uma quantidade significativa de empresas perdeu o Simples Nacional neste ano, e essas dívidas estão sendo executadas”, explica.

“Se não fosse por isso, eu diria que as operações do setor estariam crescendo muito mais. Além disso, como mostra a pesquisa, a minoria das empresas está repassando a inflação dos insumos para os seus cardápios. Por outro lado, é importante ressaltar que temos um otimismo em relação a esse crescimento”, ressalta Taiene.

Ele cita que essa confiança está refletida nos dados de contratação. “Fizemos, há pouco, um feirão para atrair profissionais e disponibilizamos mais de 500 vagas. Apareceu bastante gente, e quem se apresentou foi empregado. Devemos criar muito mais vagas por conta da aposta que os empresários estão fazendo”, disse.

Nesse sentido, a queda do desemprego e a procura de turistas também aparecem como fatores para as expectativas positivas do setor. “Quanto mais as pessoas estiverem empregadas mais elas podem sair para um bar ou restaurante. Além disso, Fortaleza está entre os destinos mais procurados. Tudo isso traz otimismo”, comemora.

Um ponto de alerta para o segmento, contudo, tem sido a perda de clientela e até de mão de obra por conta do endividamento crescente de pessoas com apostas esportivas virtuais, as chamadas bets. “Isso está tirando um pouco do dinheiro do comércio, principalmente no entretenimento, que é a base dos restaurantes”, pontua.

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