Exportações cearenses crescem 6,9% em setembro; confira os destaques

No entanto, levando em consideração o igual mês de 2023, a queda é de mais de 47%. Além disso, o setor de algodão subiu enquanto o de ferro e aço segue em queda

As exportações do Ceará apresentaram aumento de 6,9% em setembro de 2024 quando comparadas ao mês imediatamente anterior. Isso porque o valor comercializado subiu de US$ 75,3 milhões para US$ 80,6 milhões. 

No entanto, levando em consideração o igual mês de 2023, a queda é de mais de 47%, visto que alcançou US$ 153,9 milhões no período. 

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Em relação ao acumulado do ano, a atividade exportadora saiu de US$ 1,53 bilhão no ano passado para US$ 1,18 bilhão nos meses de janeiro a setembro de 2024, um recuo de 22,8%. 

Os dados são do Ceará em Comex, estudo de inteligência comercial produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Assim, o Estado ocupou o 17º lugar nas exportações do País e o 4º lugar entre os estados do Nordeste, atrás de Bahia (US$ 8,6 bi), Maranhão (US$ 4,4 bi) e Pernambuco (US$ 1,4 bi). 

Ainda de acordo com a pesquisa, a recuperação tímida em setembro vem após uma forte queda de agosto, que foi influenciada pelos atrasos em processos de registro de exportação do setor de ferro e aço.

"Ao longo de 2024, esse setor continua a enfrentar desafios na finalização de seus registros, impactando
negativamente os resultados mensais e anuais das exportações do Estado."

Exportações de algodão se destacam enquanto ferro e aço caem

Já os setores que mais se destacaram em termos de crescimento foram os de algodão (36,1%), gorduras e óleos (32,5%), materiais de construção (17,1%) e frutos do mar (16,5%).

Por outro lado, o ferro e o aço obtiveram uma diminuição de 35,4%. Conforme o levantamento, "o setor continua enfrentando atrasos na averbação dos registros de exportação, o que impacta diretamente o volume exportado." Outros resultados negativos ficaram com calçados (-27,9%) e frutas (-18,3%). 

No que diz respeito aos parceiros comerciais internacionais, até o momento, o Ceará conseguiu alcançar 131 países. O número, contudo, é menor do que o alcançado no igual período do ano anterior, de 141. 

Os Estados Unidos, por exemplo, registraram uma queda de 21% enquanto o México e a Argentina obtiveram um resultado menor ainda, -69,9% e -45,2%, respectivamente. 

Já a Coreia do Sul apresentou uma alta exponencial de 1425,1%. De acordo com o documento, o aumento expressivo é "devido ao forte desempenho no setor de ferro e aço."

São Gonçalo do Amarante é responsável por quase metade das exportações cearenses

Quanto aos municípios, São Gonçalo do Amarante liderou com uma participação significativa de 48,4%, do total exportado pelo Ceará. Porém, apresentou uma queda de 34,8% no acumulado do ano em relação ao igual período de 2023, totalizando US$ 566,92 milhões.

Em Quixeramobim, o declínio foi mais acentuado, com 44,8%. O setor de calçados foi o principal, sendo os Estados Unidos o maior mercado. No mesmo ramo, Sobral, que exportou US$ 74,28 milhões até setembro de 2024, obteve uma diminuição de 13,5%.

O restante dos resultados negativos ficou com o ramo de produtos hortícolas e frutas em Itapipoca e Aquiraz, os quais caíram, respectivamente, 28,6% e 27,5%. 

No destaque positivo, Itarema foi o município que registrou o crescimento mais robusto, com 51,1%. A categoria de gorduras e óleos animais ou vegetais foi o principal responsável pela alta. Em seguida, aparece o Eusébio, que tem como destaque as ceras de carnaúba, com aumento de 23,3%. 

Além disso, Icapuí teve uma ampliação expressiva de 19,5%, acumulando US$ 53,29 milhões em
exportações até setembro de 2024. O setor de frutas e cascas de frutos cítricos e melões foi o mais relevante.

Já a capital cearense, Fortaleza, alcançou US$ 122,80 milhões em exportações no período, o que representa 10,5% do total estadual e um crescimento de 3,6% em relação a 2023. O ramo de combustíveis minerais foi o mais relevante, assim como peixes e crustáceos.

Para completar a lista, Maracanaú obteve um aumento tímido de 2,9% levando em consideração o ano anterior. As principais categorias foram peles e couros e obras de metais comuns.

Ao todo, a atividade exportadora abrangeu um total de 60 municípios. Além dos dez detalhados pela pesquisa, os demais municípios contribuíram com US$ 156,4 milhões, refletindo uma redução de 11% em relação ao ano anterior.

Importações

O Ceará em Comex também traz informações sobre as importações atingiram US$ 321,37 milhões em setembro de 2024, o que representa uma leve retração de 2% em relação ao mês anterior.

Apesar desta redução, o valor importado manteve-se superior ao registrado no mesmo mês de 2023, quando as importações somaram US$ 304,60 milhões, indicando um crescimento anual de 5,5%.

"Esse desempenho é impulsionado, principalmente, pela maior demanda por bens de capital e insumos, como máquinas, equipamentos e fertilizantes químicos, refletindo uma possível retomada do dinamismo econômico no Estado", detalha o documento. 

No acumulado do ano, a quantia já passou de US$ 2,3 bilhões, com queda de 4,3% levando em consideração o igual período do ano passado. Além disso, o saldo comercial (valor das exportações subtraído pelas importações) foi negativo, com US$ 1,1 bilhão. 

No contexto nacional, o Ceará se manteve na 13ª posição, assim como entre os estados do Nordeste, o qual ocupou o quarto lugar. 

Os principais municípios envolvidos nesse fluxo importador foram Fortaleza, com uma participação de 28,7%, seguido por São Gonçalo do Amarante com 22,4% e Caucaia com 13,8%. No total, 66 municípios do Estado estiveram envolvidos nas importações.

Em termos de setores, houve variações notáveis em relação ao ano anterior. Por exemplo, ferro e aço obtiveram um aumento de 31,3% enquanto materiais de construção caíram 55,5%. Essas importações estenderam as relações comerciais do Ceará a 92 países.

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