Ibovespa cai e acentua perda de outubro a 1,00%, com cautela em NY, balanços e fiscal no foco
O Ibovespa cai nesta quinta-feira, 31, que marca o último pregão de outubro. Por ora, indica que terminará o mês com recuo de cerca de 1,00%. Se isso for confirmado, será o segundo mês seguido de desvalorização. Na quarta-feira, o principal indicador da B3 fechou com recuo de 0,07%, aos 130.639,33 pontos.
Enquanto não há sinais de anúncio do plano de corte de despesas pelo governo, os principais norteadores no início da sessão é a safra de balanços aqui e no exterior. Além disso foi informada a taxa de desemprego do Brasil, que ficou em 6,4%. O resultado veio no piso das expectativas.
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No Brasil, pontua Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos, a temporada de balanços ainda não trouxe fluxo para a Bolsa. "Não provocou a virada de chave", diz.
Um dia antes do dado mais aguardado da semana, o payroll, às 9h30, saiu o indicador de inflação ao consumidor dos EUA medido pelo PCE de setembro, cujas altas vieram como o esperado. Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram 12 mil, a 216 mil, ante previsão de 227 mil. Esses dados geraram pouco impacto nos mercados, enquanto a queda inesperada do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, medido pelo Instituto de Gestão e Oferta (ISM, em inglês) de Chicago, reforçou a queda das bolsas americanas.
De todo modo, os investidores querem mesmo saber se o emprego nos EUA segue forte, como mostraram dados do setor nesta semana, a ponto de alterar as apostas de corte de 0,25 ponto porcentual no juro básico na semana que vem pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Apesar das expectativas de recuo de 0,25 ponto na próxima semana pelo Fed, os dados deixam os investidores com mais dúvidas, afirma Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3. "Há alguns sinais de enfraquecimento da atividade e uma inflação ainda elevada", afirma, acrescentando que os candidatos à Presidência dos EUA têm viés mais inflacionário, o que eleva as incertezas.
Aqui, nem mesmo a alta do petróleo, que avança em torno de 1,00%, anima o Índice Bovespa. Às 11h02, Petrobrás subia entre 0,11% (PN) e 0,15% (ON). Já Vale cedia 0,42%, em meio ao recuo de 0,38% do minério de ferro fechou, em Dalian, apesar do avanço do PMI Industrial da China em outubro.
Outro ponto que pode deixa o Ibovespa operando em margens estreitas é o compasso de espera pelo anúncio do corte de gastos pelo governo. Conforme levantamento do Projeções Broadcast, o mercado espera uma redução de R$ 25,50 bilhões nas despesas do governo, valor que ficaria aquém dos R$ 49,50 bilhões necessários para atender às regras fiscais de 2024.
"A temporada de balanço no Brasil ainda pode trazer fluxo, que ainda não vimos, e junto com o anuncio do pacote fiscal, pode ser mais gatilho positivo, caso venha com um corte importante", afirma Caldeira, da One Investimentos.
Conforme Oliveira, da Blue3, se um plano de corte de despesas dentro das expectativas seria extremamente positivo. "Saindo esse pacote, o cenário para Brasil pode mudar."
Às 11h13, o Ibovespa caia 0,10%, aos 130.019,42 pontos, ante mínima a 130.019,42 pontos (-0,47%), e máxima aos 130.797,86 pontos, com alta de 0,12%.
No horário citado acima, Bradesco perto de 3,00%, mesmo após o banco informar lucro líquido recorrente de R$ 5,225 bilhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 13,1% maior que o do mesmo intervalo do ano passado. O lucro líquido ficou em linha com a média das estimativas do Prévias Broadcast.
Ao comentar o resultado, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou em nota que os números mostram o banco tracionado em todos os segmentos, mas avançando com segurança.
Já a Ambev apresentou lucro líquido de R$ 3,566 bilhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 11,2% na comparação com o mesmo período de 2023. A ação cedia 1,39%. Após o fechamento da B3, sairão os balanços do Carrefour, CCR e Eztec.
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