Grande Fortaleza registra a 2ª maior prévia da inflação do Brasil, em 12 meses

O índice foi de 4,88% no período. A inflação foi puxada principalmente pela a alta no grupo de educação

11:00 | Out. 24, 2024

Por: Maria Clara Moreira
A inflação, no período, foi puxada principalmente pela a alta no grupo de educação (foto: FÁBIO LIMA)

A cidade de Fortaleza e a sua Região Metropolitana (RMF) chegaram a 4,88% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação. A taxa foi a segunda maior do Brasil no acumulado de 12 meses. 

Além disso, a média foi 0,41 ponto percentual (p.p.) maior do que a observada nacionalmente (4,47%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todos os grupos pesquisados no período apresentaram alta no índice, os principais foram: educação, com 7,84%, habitação, com 6,74%, e saúde e cuidados pessoais, com 6,52%.

Porém, os itens que apresentaram as taxas mais elevadas fazem parte do grupo de alimentação e bebidas (6,29%):

  • Laranja - pera: 66,22%
  • Batata-inglesa: 58,63%
  • Café moído: 29,69%
  • Maracujá: 26,2%
  • Alho: 26,08%

No acumulado do ano, a taxa da Grande Fortaleza também foi a segunda maior entre as capitais analisadas, com 3,83%, valor 0,12 p.p. acima do nacional (3,71%). Ficando atrás apenas de Belo Horizonte (5,18%).

Nesse período, 8 das 9 categorias analisadas tiveram inflação. O único grupo com decréscimo foi transportes (-0,3%).

Já, em relação ao mês de outubro, a média da inflação da Grande Fortaleza foi de 0,52%, 0,66 p.p. menor que a de setembro (- 0,14%). Entretanto, o índice, no período, foi 0,02 p.p. menor do que o registrado nacionalmente (0,54%).

Dos nove grupos pesquisados, sete apresentaram elevação no mês de outubro, com destaque para: habitação, com 2,35%, maior inflação na categoria do País.

Os itens que mais contribuíram com esse aumento no grupo foram energia elétrica residencial (5,65%), o gás de botijão (3,57%) e o sabão em barra (3,36%). Confira os demais grupos com inflação:

  • Artigos de residência: 1,17%
  • Comunicação: 0,78%
  • Alimentação e bebidas: 0,73%
  • Vestuário: 0,65%
  • Saúde e cuidados Pessoais: 0,59%
  • Despesas pessoais: 0,27%

Por outro lado, apenas dois grupos registraram deflação: transportes (-1,26%) e educação (-0,04%).
A baixa na categoria de transportes foi puxada, principalmente, pela diminuição do valor das passagens aéreas (-4,55%) e dos combustíveis de veículos (-3,22%).

Veja quais itens ficaram mais caros em outubro:

  • Maracujá: 21,01%
  • Laranja-pera: 11,28%
  • Goiaba: 8,76%
  • Transporte por aplicativo: 6,29%
  • Energia elétrica residencial: 5,65%

Veja quais itens ficaram mais baratos em outubro:

  • Manga: -22,68%
  • Cebola: -17,65
  • Batata-inglesa: -5,3
  • Passagem aérea: -4,55
  • Tomate: -4

Cenário nacional

No Brasil, a prévia da inflação ficou em 0,54% em outubro, 0,41 p.p. acima da taxa de setembro (0,13%) e 0,33 p.p. acima da de outubro de 2023 (0,21%). Já no acumulado do ano e dos últimos 12 meses a taxa foi de 3,71% e 4,47%, respectivamente.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta neste mês. A maior variação veio de habitação (1,72%), seguido de alimentação e bebidas (0,87%), que registrou aumento de preços pelo segundo mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de 0,33% de transportes e o aumento de 0,49% em saúde e cuidados pessoais.

Confira as outras variações:

  • Vestuário: 0,43%
  • Artigos de residência: 0,41%
  • Comunicação: 0,4%
  • Despesas pessoais: 0,35%
  • Educação: 0,05%

No grupo habitação (1,72%), o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Destaca-se, também, a alta do gás de botijão (2,17%).

Em alimentação e bebidas (0,87%), alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2%).

No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).

A alimentação fora do domicílio acelerou para 0,66% em outubro, em virtude das altas mais intensas da refeição (de 0,22% em setembro para 0,7% em outubro) e do lanche (de 0,2% para 0,76%).

No grupo transportes (-0,33%), o resultado foi influenciado principalmente pelas passagens aéreas (-11,40%). Ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência da gratuidade nas passagens concedida à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Em relação aos combustíveis (-0,01%), o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%) apresentaram quedas, o etanol subiu 0,02% e a gasolina apresentou estabilidade de preço (0%).

Quanto aos índices regionais, todas as 11 áreas pesquisadas tiveram alta em outubro. A maior variação foi observada em Goiânia (1,07%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,17%).

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