Financiamento da Caixa: o que muda e quem será afetado

Banco modificou as regras para concessão de crédito para imóveis. Veja o que muda e quem será afetado

A partir do dia 1º de novembro, a Caixa terá novas regras para financiamento imobiliário, segundo anúncio feito na última semana. As mudanças incluem uma redução na cota de financiamento, que causará um aumento no valor da entrada.

As restrições são aplicadas à concessão de crédito para imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos dos depósitos de poupança.

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Veja o que muda no financiamento da Caixa.

O que muda no novo financiamento da Caixa?

Para os interessados em contratar um subsídio a partir das novas regras, a Caixa só financiará até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). No modelo anterior, a cota era de até 80% do valor.

Já pelo sistema Price — em que o devedor paga parcelas fixas durante todo o financiamento —, o banco financiará até 50% do valor do imóvel. A cota era de 70%.

Mudanças nos valores financiados também afetam quanto os compradores deverão dar de entrada. Pelo sistema SAC, a entrada subirá de 20% para 30%, enquanto o sistema Price terá entradas de até 50%.

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Novo financiamento da Caixa: avaliação dos imóveis também mudou

O valor máximo de avaliação dos imóveis pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema, representando uma mudança para as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que não tinham teto de valor do imóvel.

O crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros mais baixos, segue restrito a imóveis de até R$ 1,5 milhão. Ainda, a Caixa só liberará o crédito a quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com o banco.

Por que a Caixa fez essas mudanças?

Em nota, a Caixa justificou as restrições afirmando que a carteira de crédito habitacional do banco deve superar o orçamento aprovado para 2024. Este ano, foram concedidos R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, que representa uma alta de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Os recursos que servem para o financiamento imobiliário vêm de um recurso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o depósito de poupança”, explica o economista Alex Araújo.

Segundo o profissional, a decisão do banco também se deu por conta da alta taxa de juros no País, puxada pela Selic no segundo semestre deste ano.

“Grande parte dos recursos que estavam na poupança migraram para outros investimentos, de modo que o saldo disponível para esse tipo de financiamento caiu”, afirma.

Além disso, a Caixa visa priorizar as faixas de renda mais baixa, em função da escassez de recursos para financiamento, o que explica por que ações como o “Minha Casa, Minha Vida” não tiveram mudanças.

“É como se a política pública de financiamento habitacional tivesse privilegiado esse público, que sofre mais com a falta de habitação”, defende Alex.

Como as novas regras afetam os interessados em fazer financiamento?

Alex explica que as classes econômicas sentirão as novas regras de forma diferente. Quem possui o perfil de renda média ou alta será mais afetado pelo aumento do valor que será dado como entrada do financiamento.

A medida pode paralisar o mercado imobiliário, que logo buscará o equilíbrio com compradores buscando imóveis mais baratos ou negociando com os vendedores.

Quem já tem financiamento ativo será afetado?

Segundo a Caixa Econômica Federal, as propriedades já adquiridas não terão as regras de financiamento alteradas. As mudanças começam a valer apenas em 1º de novembro de 2024.

Como se organizar financeiramente para contratar um financiamento?

Com o aumento dos valores utilizados como entrada para os financiamentos, os interessados devem estar mais atentos com suas finanças e fazer um bom planejamento.

“A primeira coisa é respeitar o orçamento familiar, ter muita clareza de como está distribuída a receita da família e as despesas”, elenca Araújo, pois as reservas devem servir para absorver o financiamento.

Por isso, é importante ter o hábito de poupar para adquirir bens mais caros, que exigem um esforço financeiro a longo prazo, como um imóvel.

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