Hapvida deve reportar resultados positivos no 3º trimestre, preveem analistas
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Hapvida pode alcançar R$ 897 milhões, segundo Itaú BBA
17:13 | Out. 22, 2024
A operadora de saúde cearense Hapvida, cujas ações são listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), deve reportar resultados positivos no balanço do terceiro trimestre deste ano, a ser divulgado no dia 12 de novembro. As expectativas são de especialistas do mercado e analistas financeiros de bancos de investimentos.
A maioria das análises aponta, de forma convergente, para uma melhora na sinistralidade, que diz respeito à relação entre os gastos com atendimentos médicos e o montante financeiro recebido pela empresa no período. Além disso, são esperadas cerca de 25 mil novas adesões de beneficiários entre julho e setembro.
Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini, Felipe Amancio e Victor Natal, do Itaú BBA, preveem um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 897 milhões para a Hapvida, além de uma redução trimestral de 30 pontos base na sinistralidade, alcançando 70,1%.
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O BBA observa, também, um eventual aumento nas despesas administrativas e de vendas, impulsionado por uma tendência de normalização dos custos com inadimplência e dos esforços de integração de um sistema de prestadores de serviços em São Paulo, após diluição das despesas (SG&A, em inglês) no último trimestre.
A XP projeta um desempenho melhor nos custos e despesas da Hapvida vinculado ao aumento de preços nos planos de saúde. Algo que pode limitar a expansão de portfólio das grandes operadoras de saúde. Mas os analistas Rafael Barros e Raphael Elage esperam que o balanço da empresa seja um destaque positivo no setor.
Ricardo Coimbra, conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec), destacou que a Hapvida emitiu, nos últimos dias, R$ 2 bilhões em debêntures – títulos de dívidas para captar recursos – para reestruturação de caixa, o que fortalece uma expectativa de reestruturação do mercado.
“À medida que essa reestruturação se mostra positiva com esse recurso, e advindo também do que você teve de melhoria observada no 2º trimestre do seu lucro líquido, do seu Ebitda, então, tem uma expectativa de melhoria desses resultados. O segmento ainda está em um processo de reestruturação, mas a companhia vem mostrando sinais de recuperação”, segundo Ricardo.
Tal reestruturação está muito vinculada ao período pós-pandêmico, que contou com um crescimento no número de sinistros nas operadoras de saúde, por conta da maior utilização de cirurgias e exames, até então retidos durante o pico de casos da covid-19. Isso levou a remodelação de algumas operações, na visão de Ricardo.
“Em função disso, você precisa e as empresas vêm buscando, de alguma forma, reestruturar a recomposição do ticket médio (valor médio gasto pelos clientes em planos de saúde) dos seus contratos. (...) Muitas vezes, é importante para você garantir uma sustentabilidade no médio e no longo prazo”, acrescentou o especialista da Apimec.
A Genial Investimentos, em contrapartida, divulgou expectativas neutras tanto para a Hapvida, citando uma sazonalidade desfavorável típica no terceiro trimestre e uma esperada perda líquida de beneficiários. “Consideramos negativo, pois impacta diretamente a capacidade de crescimento da receita.” No entanto, prevê melhora na sinistralidade.
A receita líquida da Hapvida deve ficar em R$ 7,3 bilhões no terceiro trimestre, segundo os analistas Guilherme Vianna, Luis Degaspari e Luis Assis, da Genial. O montante representa um crescimento menor (6,2%) do que foi visto no último ano (10,2%). Isso porque, além da perda de adesões, pode haver uma possível desaceleração no ticket médio.