Elevada carga tributária é principal problema enfrentado pela indústria, aponta Sondagem da CNI

A elevada carga tributária continua sendo o principal problema enfrentado pela indústria, segundo Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira. O item continua liderando a lista dos entraves do setor no terceiro trimestre de 2024 e segue como o mais citado desde o último trimestre de 2023, sendo assinalado por 33,6% dos empresários industriais.

O segundo problema com maior citação no trimestre foi a falta ou alto custo de matéria prima, com 24,9% das indicações dos empresários. Segundo a Sondagem, do 2º para o 3º trimestre, o porcentual de empresas que consideram esse um dos três principais problemas teve alta de 1,8 p.p. Com isso, o entrave avançou da terceira para a segunda posição na lista.

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A falta ou alto custo do trabalhador qualificado subiu para terceira posição na lista de preocupações, com 23% das citações. Antes, esse problema ocupava o sexto lugar. Na passagem entre os segundo e terceiro trimestres, houve uma alta de 4,4 p.p no porcentual de empresas que consideram esse um dos três principais entraves do setor.

"Esse é um problema que vem crescendo há alguns trimestres. Isso tem a ver com questões ligadas ao mercado de trabalho aquecido e ao próprio aumento da produção. É uma questão que preocupa, pois pressiona custos das empresas; consequentemente, pode prejudicar a avaliação da situação financeira e a recuperação da indústria no médio prazo", avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Expectativas

Em outubro, o índice de expectativa da quantidade exportada avançou, segundo a Sondagem. Por outro lado, os índices de expectativa de demanda, compras de matérias primas e de número de empregados na indústria recuaram. Apesar da queda, destaca a CNI, todos os índices ficaram acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando expectativa de crescimento para os próximos seis meses.

O indicador que mede a expectativa de quantidade exportada avançou 0,2 ponto, atingindo 52,8 pontos em outubro. O índice de expectativa de demanda ficou em 56,3 pontos em outubro, queda de 1,4 ponto em relação a setembro. O indicador de expectativa de compras de insumos foi de 54,3 pontos, recuo de 1,3 ponto ante setembro. "A redução dos indicadores entre os meses revela uma redução no otimismo em relação às expectativas de demanda do setor e de compra de matérias-primas industriais nos próximos seis meses."

O índice de expectativa de número de empregados ficou em 52 pontos em outubro, recuo de 0,7 ponto em relação a setembro.

O indicador que mede a intenção de investimento avançou 0,2 ponto em outubro, para 58,3 pontos. Com essa alta, o índice está 6,2 pontos acima da média histórica da série, de 52,1 pontos.

Com relação à condição financeira das empresas, a avaliação dos industriais melhorou no terceiro trimestre do ano. O indicador que mede essa percepção cresceu 1,4 ponto frente ao segundo trimestre do ano, chegando a 51,7 pontos.

O indicador que mede a facilidade de acesso ao crédito também avançou 1,6 ponto no período, mas ficou em 42,9 pontos, ainda abaixo dos 50 pontos, mostrando que os empresários ainda sentem dificuldade para captar recursos.

"Em setembro, teve início um novo ciclo de aumento de juros, que provavelmente vai se manter durante algum tempo. Já há bastante dificuldade de acesso ao crédito, o que é capaz de piorar no próximo trimestre", avalia Azevedo.

O levantamento mostra ainda que o indicador que mede a satisfação dos empresários com o lucro operacional atingiu 47 pontos no terceiro trimestre, dois pontos a mais do que no segundo trimestre, sugerindo diminuição da insatisfação dos industriais.

Agora em 62,9 pontos, O índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 1,6 ponto na passagem do segundo para o terceiro trimestre, ficando em 62,9 pontos. "A percepção de aumento dos preços de insumos está mais intensa e é percebida por empresas de todos os portes", destaca a CNI.

A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 10 de outubro, com 1.579 empresas, sendo 634 pequenas, 569 médias e 376 grandes.

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