Novo data center na Praia do Futuro terá investimento de R$ 550 milhões

Governador do Ceará, Elmano de Freitas, analisa possível polo de tecnologia e inteligência artificial em Fortaleza

13:15 | Out. 17, 2024

Por: Ana Luiza Serrão
Obras do data center Mega Lobster deverão ser concluídas em 2025. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (foto: Samuel Setubal)

A empresa de soluções em infraestrutura digital V.Tal lançou, nesta quinta-feira, 17, a sua nova marca Tecto, voltada à unidade de negócios de data centers, e anunciou investimentos de R$ 550 milhões para a construção do data center de larga escala Mega Lobster, na Praia do Futuro, em Fortaleza.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), destacou que isso consolida o Estado como um hub tecnológico e que a sua gestão mira no desenvolvimento de um polo de tecnologia e inteligência artificial (IA), vinculado a data centers, na Capital.

O projeto estadual, no entanto, ainda está em fase de discussões dentro das secretarias do governo, mas busca dialogar e formar parcerias com empresas, a fim de verificar a possibilidade de uma nova Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no setor de tecnologia, a qual pode atrair novos investimentos.

“Ao nosso ver, nos parece que é provável que uma ZPE pudesse ajudar muito o setor a se desenvolver, mas precisamos conversar primeiro com o setor para saber das pessoas envolvidas se o que estamos discutindo e imaginando (é propício)”, explicou Elmano, no evento de lançamento da Pedra Fundamental do Mega Lobster, para consagrar o início dos trabalhos.

Além disso, a ideia é que a sede desta ZPE seja em Fortaleza, pois é onde encontram-se os data centers. Elmano disse que também aproveitou a visita ao Ceará do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, para tratar sobre o tema. 

“Essa conversa inicial que estamos realizando requer estudos jurídicos e técnicos. Na minha opinião, temos mais a ganhar do que a perder se tivermos uma ZPE para o setor. Evidentemente, a ZPE só tem sentido onde estão os data centers, senão, não tem sentido tê-la”, acrescentou.

Já o diretor-presidente (CEO, em inglês) da Tecto, Pedro Henrique Fragoso, detalhou que o Ceará já é um hub de conectividade internacional devido aos cabos submarinos na região, os quais possibilitam a troca de tráfego global de informações.

Estão previstos 350 empregos diretos no pico de construção do Mega Lobster e outros 500 postos entre diretos e indiretos, de acordo com Pedro. A expectativa é que as obras sejam concluídas em 2025.

O Mega Lobster faz parte de um plano de investimento da Tecto mais robusto, de US$ 1 bilhão, para a expansão do parque de data centers pelo Brasil, no intuito de atender demandas diversas em relação ao armazenamento de um grande volume de dados.

“Essa convergência se torna um fator importante à medida que as cargas de trabalho de inteligência artificial e nuvem contam com uma arquitetura mais distribuída, visando maior proximidade ao usuário final e suas aplicações”, conforme o CEO.

Questionado sobre os desafios da construção de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, que foi alvo de protestos do setor de telecomunicações devido à proximidade aos cabos submarinos, Pedro afirmou que o evento já foi superado, e que tem planos de continuar expandindo no Ceará.

O secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Salmito Filho, pontuou que o data center faz parte de um projeto estrutural, cujo interesse é consolidar a estruturação tecnológica regional, focando na atração de empresas de tecnologia.

Segundo Salmito, a intenção do governador de criar uma nova ZPE visa induzir o desenvolvimento e/ aumentar a competitividade, ao mesmo tempo em que atrai e constroi um ecossistema de economia digital.

"A ZPE tem esse objetivo: atrair empresas que vão gerar muitos empregos de altíssimo valor agregado, articulando-se com nossas universidades e institutos que capacitam programadores e desenvolvedores na área da economia digital", detalhou.

O secretário destacou, ainda, que o Ceará dispõe de um ambiente de negócios favorável, cabos submarinos de conectividade, data centers, potencial "extraordinário" para as energias renováveis e "a melhor latência das Américas."

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