Segmento de bets acumula 144 mil reclamações no Brasil

De acordo com o Reclame Aqui, propaganda enganosa é o principal problema registrado pelos consumidores

O segmento de bets e casas de apostas acumula, somente neste ano, mais de 144 mil queixas registradas no Reclame Aqui, site brasileiro que funciona como um canal de comunicação entre consumidores e empresas. 

O levantamento é referente ao período entre 1º de janeiro deste ano até o dia 2 de outubro. A principal queixa dos consumidores é sobre propaganda enganosa, mais especificamente relacionada a bônus e promoções. Outra reclamação é a demora de estorno do valor pago.

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Na visão de Edu Neves, CEO do Reclame Aqui, o imbróglio das bets começou ainda em 2018, quando o funcionamento destas empresas foi autorizado no País, porém, sem uma regulamentação forte para organizar o mercado. 

"O cenário mais aquecido nos últimos meses, do ano passado para cá, foi o de apostas e cassinos online. Esse vácuo de legislação que ficou existindo desde o governo Temer que regulou as operadoras estrangeiras, mas não regulou isso propriamente no Brasil, o fez com que muito empreendedor brasileiro fosse para fora abrir empresas para prestar serviços para o Brasil. E isso criou um imbróglio, uma confusão, que sobrou na mão do consumidor. Isso porque abriu muita oportunidade para que, no meio das empresas de apostas sérias surgissem também os golpes e as empresas não reguladas", afirmou Edu Neves, em entrevista ao programa Guia Econômico, da rádio O POVO CBN, nesta segunda-feira, 7.

Ele explica que, sem as empresas terem a obrigação de estarem devidamente registradas no País, o consumidor acabou sem ter muitos mecanismos para resolverem suas queixas junto aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon ou Juizados Especiais Cíveis. O que aumentou a demanda, por exemplo, em plataformas independentes, como o Reclame Aqui.  

Sobre o volume de queixas registrado na plataforma, o profissional destaca o nível de resolução: a média de reclamações respondidas é de 82,58%. Já a média das resolvidas chega a 68,66%.

"Então existem empresas legalmente estabelecidas em outros países que estavam explorando o mercado brasileiro. A gente pode dizer que esses outros mais de 32% de consumidores que não foram respondidos e não tiveram resolvidos seus problemas,  provavelmente, apostaram em empresas de bets que não são legais".

Governo publica lista de bets autorizadas no País

Em relação à medida imposta pelo Governo Federal nas últimas semanas, que diz respeito a lista de empresas de apostas eletrônicas que estão autorizadas a operar no País, Neves pontua que pode haver um interesse de regularização das grandes empresas.

Segundo a mais recente lista divulgada pelo Ministério da Fazenda, 93 empresas, responsáveis por 205 bets, receberam autorização para continuar operando no País até o fim deste ano. Porém, a estimativa é que mais hajam mais de 2 mil sites irregulares e que devem sair do ar a partir do dia 11 de outubro.

Até lá, caso o consumidor tenha algum dinheiro na casa de aposta, é necessário fazer o pedido de restituição. Veja aqui como fazer.

"Eu acho que as grandes casas de apostas globais têm o interesse de devolver esse depósito, só que se o consumidor demorar muito, ele não vai conseguir acessar o site dessas casas de apostas e vai começar a ter uma impossibilidade de entrar em contato com essas empresas".

A recomendação, de acordo com Neves, é procurar a empresa, por e-mail ou tentar um contato pela área de suporte para pedir a restituição.

"Porém, o jeito mais fácil é entrar e transferir imediatamente o saldo que você tem na sua conta bancária", orienta.

Ele chama atenção para que esse tipo de consumo não seja entendido como fonte de investimento ou renda.  "A gente tem que entender que apostar é diversão, é um jogo de azar. E por que é chamado assim? Porque você mais perde do que ganha. Isso tem de ficar muito claro para as pessoas. Poucos vão ganhar e muitos vão perder".

E reforça que houve no Brasil a má intenção de muitas empresas que divulgaram esse serviço como uma chance de renda extra. "Isso não foi criado do nada pelos brasileiros. A falta de regulação fez com que muitas casas não fossem honestas com os jogadores e transmitissem essa sensação de esperança, especialmente, em jogos instantâneos como tigrinho e etc."

Confira orientações aos consumidores sobre o mercado de apostas 

1. Verifique se a plataforma é autorizada para operar no Brasil:

Para garantir uma experiência segura e justa, confirme se a plataforma de apostas que você pretende usar é autorizada pelo governo brasileiro. Sites autorizados são regulamentados por órgãos como a Secap, o que significa que eles seguem regras rígidas para proteger seu dinheiro e seus dados pessoais. Você pode verificar a lista de sites autorizados no site do Ministério da Fazenda ou em fontes confiáveis como o Blog do Reclame AQUI. Se a plataforma não estiver na lista, é melhor evitar!


2. Cheque as medidas de segurança:

Antes de inserir seus dados pessoais ou bancários em qualquer site de apostas, verifique se a plataforma utiliza medidas de segurança adequadas, como criptografia, para proteger suas informações. Desconfie de sites que não parecem seguros ou que solicitam informações excessivas.


3. Reputação e confiança:

Pesquise sobre a reputação da casa de apostas antes de se cadastrar. Leia avaliações de outros usuários e veja como a empresa lida com reclamações. O Reclame AQUI pode ser uma ótima ferramenta para verificar a reputação de uma casa de apostas e ter uma ideia da experiência de outros consumidores.


4. Transparência:

Confira os termos e condições, as regras de apostas e as políticas de privacidade do site escolhido. Aposte em sites que deixam claras as formas de pagamento, oferecem limites de depósito e opção de auto exclusão para que você possa estabelecer limites de gastos e tempo.


5. Retire seu dinheiro das plataformas não autorizadas:

Se você, por acaso, depositou dinheiro em um site de apostas não autorizado, retire-o o mais rápido possível. Plataformas não autorizadas podem ser fraudulentas e desaparecer com o seu dinheiro da noite para o dia. Mesmo que você esteja ganhando, não vale a pena correr o risco de perder tudo.


6. Jogo não é renda:

As apostas devem ser encaradas como uma forma de entretenimento, e não como uma maneira de ganhar dinheiro fácil ou como fonte de renda principal. Apostar com o objetivo de "ficar rico" pode levar ao vício e a problemas financeiros sérios. Defina um limite de gastos para apostas e nunca ultrapasse esse limite, mesmo que esteja em uma maré de azar.


7. Armadilha do bônus:

Muitas plataformas de apostas oferecem bônus atraentes para conquistar novos clientes, mas é preciso ter cuidado. Esses bônus geralmente vêm com requisitos de apostas complexos, que exigem que você aposte um valor alto, às vezes várias vezes o valor do bônus, antes de poder sacar seus ganhos. Leia atentamente os termos e condições de qualquer bônus antes de aceitá-lo e avalie se os requisitos de apostas são realistas e se vale a pena para você.

8. Golpes:

Fique atento aos golpes! Golpistas usam diversas táticas para enganar os apostadores, como sites falsos que imitam casas de apostas conhecidas, promessas de ganhos garantidos e esquemas de pirâmide. Se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é. Pesquise sobre a reputação da empresa e leia avaliações de outros usuários antes de depositar seu dinheiro em qualquer plataforma.

Lembre-se: a chave para uma experiência positiva com apostas é a responsabilidade. Defina limites para o tempo e o dinheiro que você gasta apostando e, se precisar de ajuda, procure organizações que oferecem suporte a pessoas com problemas com o jogo.

Fonte: Reclame Aqui

 

 

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