Hubs de hidrogênio, como o do Pecém, terão R$ 6 bi para descarbonização
Recurso do Climate Investment Funds (CIF) foi anunciado pelo Ministério de Minas e Energia
09:19 | Out. 04, 2024
Os hubs de hidrogênio planejados no Brasil, como o projetado para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) no Ceará, terão até R$ 6 bilhões para aplicação na descarbonização da indústria brasileira.
Uma chamada pública será feita para que os hubs tenham acesso ao recurso, que tem origem no Climate Investment Funds (CIF). O anúncio foi feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na última quinta-feira, 3.
“Queremos consolidar polos de hidrogênio de baixa emissão no Brasil até 2035, aproveitando nossa vasta riqueza de produtos energéticos e a criatividade do nosso setor industrial”, afirmou o ministro Alexandre Silveira (MME).
Recurso e parceria com o Reino Unido
Ele destacou a parceria com o Reino Unido, que assegurou o recurso, e disse que "essa ação é parte fundamental do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), e está alinhada com o nosso plano de trabalho trienal 2023-2025."
O ministro cumpriu agenda em Foz do Iguaçu (PR) para as reuniões do G20 e assinou o recurso com a CEO do CIF, Tariye Gbadegesin, e ministra do Clima pelo Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Kerry McCarthy.
Chamada pública
Criados de olho na demanda internacional, os hubs de hidrogênio avançaram nos projetos para atender também os planos de descarbonização da indústria brasileira.
O objetivo do recurso assegurado pelo MME, a partir da chamada pública, é focar "na descarbonização de setores industriais difíceis de abater." As datas para as chamadas não foram divulgadas ainda.
"As propostas selecionadas poderão ter a oportunidade de compor o plano de investimentos do Brasil para acessar o financiamento, que poderá cobrir desde projetos de engenharia até a aquisição de equipamentos e capital de giro", informou o ministério.
Os polos de hidrogênio no Brasil
Focados na produção do combustível, os hubs reúnem grandes produtores em uma estratégia de concentrar a infraestrutura básica de produção em uma só área - geralmente próxima de portos.
No Brasil, segundo o estudo mais recente da Confederação Nacional da Indústria, existem três projetos para produção de hidrogênio.
O hub de hidrogênio verde (H2V) do Pecém é o de maior destaque, com uma planta piloto já em operação.
Estrategicamente pensado para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, o projeto conta com seis pré-contratos assinados com empresas cujo investimento gira em torno de US$ 5 bilhões cada um.
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Além disso, o Ceará conta com 40 memorandos de entendimento com outros investidores que miram projetos de produção, distribuição e pesquisa de H2V.
Os demais projetos estão localizados no Porto de Açu (BA) e no Porto de Suape (PE). “Estruturar estes polos nos permitirá atender não só a demanda local, como nos tornar um país competitivo no cenário global de hidrogênio“, finalizou o ministro.