Saiba como ficam os investimentos após a alta da Selic

De acordo com os economistas ouvidos pelo O POVO, alguns tendem a ser mais afetados, enquanto outros aparentam ser mais vantajosos para o momento

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar em 0,25 ponto percentual a taxa Selic, uma dúvida surge: como ficam os investimentos?

De acordo com os economistas ouvidos pelo O POVO, alguns tendem a ser mais afetados, enquanto outros aparentam ser mais vantajosos para o momento, além de que o corte da taxa de juros nos Estados Unidos pode afetar os negócios do Brasil. 

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Na avaliação Alexandre Espírito Santo, coordenador de Economia e Finanças da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) os investimentos em ações tendem a ser afetados, embora o mercado esteja relativamente barato.

Assim, ele destaca que a renda fixa é a grande beneficiada. "Com juros altos fica quase imbatível, para que correr riscos em ações?"

Já o economista e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Coimbra, explica que, quando os juros ficam mais elevados, o setor produtivo sente o impacto, pois a aquisição de máquinas e equipamentos se torna mais cara, levando a uma retração nos investimentos.

"No caso do capital estrangeiro, observa-se que parte dos recursos que viriam para o mercado produtivo passa a ser direcionada para o mercado financeiro, em busca de uma remuneração mais atraente."

Isso porque muitas vezes, torna-se mais interessante para as empresas deixar o dinheiro aplicado no mercado financeiro do que investi-lo em processos produtivos, "já que o retorno financeiro de investimentos produtivos precisa cobrir o custo dos juros elevados."

Conforme destaca o economista, medida também pode gerar uma entrada maior de capital estrangeiro, atraído pela alta taxa de juros, o que pode influenciar na queda da taxa de câmbio. 

"Especialmente em um cenário no qual os juros nos Estados Unidos estão em queda, levando investidores a migrarem de títulos públicos americanos para títulos públicos brasileiros, que são remunerados pela Selic."

Impacto da redução de juros nos Estados Unidos

Em relação ao Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED, em inglês), Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest aponta que a redução da taxa de juros no País torna o mercado americano menos atraente para investidores especulativos, que buscam ganhos rápidos sem necessariamente gerar produtividade.

"Com a queda dos juros, esses investidores passam a buscar alternativas mais lucrativas em países emergentes, como o Brasil. Dessa forma, é provável que o Brasil receba um influxo significativo de dólares, aproveitando o momento de baixa nos EUA."

Assim, reforça que a diminuição dos juros nos Estados Unidos pode ser vista como uma oportunidade para atrair investimentos para o Brasil.

"Por outro lado, o Brasil, ao elevar sua taxa de juros em 0,25%, pode estar agindo estrategicamente para atrair esses investidores americanos. O país já tem recebido um volume considerável de investidores estrangeiros, especialmente americanos, aproveitando nossa taxa de juros elevada."

Além disso, Alex Andrade acredita que, embora essa elevação possa encarecer o crédito internamente, ela equilibra o cenário ao atrair capital externo.

"Para o mercado interno, esse aumento da taxa pode não ser percebido de forma tão positiva pelos consumidores, já que o crédito fica mais caro. No entanto, o impacto para investidores estrangeiros é favorável, especialmente considerando que a economia brasileira, no momento, apresenta bons sinais, como o controle da inflação, crescimento do PIB e queda do desemprego."

Bancos

Ademais, levando em consideração o cenário dos bancos, o cenário de investimentos continua atrativo. De acordo com Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander, os perfis gerais e o Certificado de Depósito Bancário (CDB), por exemplo, continuam atrativos.

"A rentabilidade aumentou, especialmente com os 0,25% a mais na Selic, mantendo o mesmo nível de risco, que é muito baixo. Ou seja, você obtém mais ganhos sem aumentar o risco. Se formos comparar com o Tesouro Direto, que é considerado o ativo livre de risco no Brasil, o CDB também é uma opção atrativa."

No entanto, reforça que a modalidade apresenta um um pouco mais de risco, mas ele precisa ser monitorado e ajustado de acordo com o perfil de cada investidor.

"Nesse momento, é importante prestar mais atenção ao mercado e às comunicações, principalmente do Banco Central, para obter uma visão mais clara sobre essas classes de ativos."

Além disso, aponta que um dos ativos que mais ganham destaque é a renda fixa, mas que não existe o "momento certo" para investir. "O momento de entrada pode ser agora, pode ter sido na semana passada, ou será na próxima semana, tudo depende dos seus objetivos."

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