Setor químico planeja criar mais um polo na Região Metropolitana de Fortaleza

No entanto, Paulo Gurgel explica que, para concretizar a criação do polo, o setor depende da disponibilidade e do interesse dos prefeitos das cidades envolvidas

O setor químico está planejando criar um terceiro polo na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Foi o que afirmou Paulo Gurgel, presidente do Sindicatos das Indústrias Químicas do Estado do Ceará
(Sindquímica-CE), durante a 7ª Expo Ceará Química nesta quinta-feira, 12. 

De acordo com o presidente, os municípios mais atrativos são, por exemplo, Maranguape, Caucaia e Eusébio.

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"As cidades mais distantes enfrentam desafios relacionados à mão de obra qualificada e à logística. Ou seja, os polos são mais eficazes em um raio de até 40 km do centro de Fortaleza."

No entanto, Gurgel explica que, para concretizar a criação de um novo polo, o setor depende da disponibilidade e do interesse dos prefeitos das cidades envolvidas.

É importante lembrar que já existem dois consolidados no Ceará: um em Guaiúba e outro em Maranguape.

Este último, conforme o presidente do Sindquímica-CE, está na fase final da primeira etapa das obras de infraestrutura, que inclui drenagem e a construção da avenida de acesso. O investimento total é de R$ 300 milhões e a previsão é de que gere mais de 2 mil empregos. 

"As empresas começarão a receber as escrituras dos terrenos em breve. Algumas delas já possuem projetos para iniciar a construção de seus galpões no próximo ano."

Ainda segundo Gurgel, atualmente são 28 empresas interessadas no polo, sendo que três estão esperando apenas pela emissão das escrituras, que são liberadas pelo cartório, para obter o financiamento no Banco do Nordeste (BNB) e iniciar as suas obras até o fim deste ano. 

O Grupo Alyne Cosméticos, fundado por Gurgel e âncora do polo, é um dos que pretendem iniciar os trabalhos para inaugurar a sua nova unidade até o segundo semestre de 2025.

Vale destacar ainda que o perfil do intitulado Maranguape Industrial Park é setorial, abrangendo indústrias químicas, cosméticos, confecções e a indústria metalmecânica, e funcionará em um modelo semelhante ao Polo de Guaiúba. 

Já em Guaiúba, o presidente do Sindquímica-CE explicou que, por ter sido inaugurado em 2018, várias indústrias já estão funcionando e outras cinco estão em construção. Além disso, existem novas empresas interessadas em atuar no local que ainda estão na fase de fechamento de projetos.  

Fundamental para o desenvolvimento da economia cearense, o setor químico conta hoje com 23,8% de participação na indústria do Estado, empregando, até o último mês de março, cerca de 16.470 pessoas.

Dentro do setor, os segmentos de cosméticos e saneantes representam quase 18% dos empregos no estado. As informações são do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).

Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, ressaltou que a indústria química do Ceará está passando por um crescimento significativo.

"O estado já é produtor e exportador de energia, o que atrai novas indústrias, especialmente no setor químico, que consome muita energia. Esse fator pode ajudar a atrair novas indústrias e resolver problemas relacionados à oferta de energia."

Segundo os dados mais recentes que a instituição dispõe, a indústria química ocupa a segunda colocação no ranking industrial cearense, tendo alcançado uma receita líquida de cerca de R$ 19,2 bilhões, em 2021.

Além disso, o relatório Setorial em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN/CE) da Fiec, analisou as exportações no primeiro semestre de 2024 e destacou que o setor químico do Ceará apresentou um crescimento notável.

Mesmo com desafios globais, as exportações do setor no estado estão em expansão. Nos primeiros seis meses de 2024, o Ceará exportou US$ 6,3 milhões, um aumento de 159% em relação ao igual período
do ano anterior.

Os produtos mais destacados nas exportações incluem inseticidas, fungicidas, herbicidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento para plantas.

Esses itens lideraram as exportações, com um crescimento impressionante de 360% frente a igual período de 2023.

Outros produtos importantes para o resultado positivo do setor foram sabões e agentes orgânicos de superfície, que geraram US$ 1,54 milhão, e óleos essenciais e resinoides, que somaram US$ 879 mil.

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