Fiec divulga manifesto por redução da taxa de juros

Reunião do Copom que vai decidir sobre a manutenção ou não da taxa de juros ocorre nos próximos dias 17 e 18 de setembro

21:08 | Set. 12, 2024

Por: Irna Cavalcante
Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, destaca que elevação da Selic é a principal responsável pelos exorbitantes custos do crédito no Brasil (foto: FÁBIO LIMA)

A Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) divulgou manifesto nesta quinta-feira, 12, pleiteando a redução dos juros no País. A discussão sobre a manutenção ou não da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, entra na pauta do Comitê de Política Monetária (Copom) nos próximos dias 17 e 18 de setembro.

“O patamar elevado da taxa básica de juros é o principal responsável pelos exorbitantes custos do crédito no Brasil. Temos uma das maiores taxas de juros reais do mundo, e isso produz um impacto negativo na competitividade das empresas, principalmente no setor industrial, que possui as cadeias produtivas mais longas”, pontua o documento assinado pela Fiec, presidida pelo industrial Ricardo Cavalcante, que lidera ainda a Associação Nordeste Forte.

A Selic está em 10,5% desde maio, quando o Banco Central interrompeu o último ciclo de queda dos juros. E, embora não tenha ocorrido aumento no indicador nas duas últimas reuniões, de junho e julho, o País segue ocupando a 2ª posição no ranking de maior taxa de juros reais no mundo, de 6,79%, conforme levantamento do Moneyou. O líder é a Rússia, com taxa real de 8,91%.

O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.  

O mercado financeiro, no entanto, tem elevado a aposta de alta do ciclo da taxa de juros. Dados do Boletim Focus divulgado na segunda-feira, dia 9, apontam que a taxa Selic vai fechar o ano em 11,25% ante 10,50% na semana passada. Ou seja, a expectativa é de aumento de 0,75pp da atual taxa de 10,50%.

Além da reunião da próxima semana, haverá ainda mais duas reuniões neste ano (6 de novembro e 10 de dezembro).

A Fiec pondera, contudo, que a atual política monetária eleva o custo do crédito para as empresas e contribui para o desequilíbrio das contas públicas pelo aumento das despesas financeiras, prejudicando, assim, o crescimento econômico.

“Diante desse cenário, é necessária uma urgente e gradual queda da taxa Selic e, consequentemente, do custo do crédito, uma vez que não existem condições econômicas nem políticas para a manutenção do atual patamar de 10,5% e, muito menos, como se especula, para uma elevação deste patamar na próxima reunião do Copom, nem tampouco nos meses seguintes.” 

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